quinta-feira, 18 de setembro de 2014

H-D Road King Classic 103


Motor

2 cilindros em V / 2 válvulas por cilindro, no cabeçote, operadas por varetas / 1 690 cc / refrigeração a ar com radiador de óleo

Alimentação: injeção eletrônica sequencial

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâmetro x curso (mm): 98,4 x 111,3

Taxa de compressão: 9,6:1

Potência (cv a rpm): n/d

Torque (mkgf a rpm): 13,9 a 3 500

Câmbio


6 marchas, transmissão final por correia dentada

Chassi
Quadro: tubular em aço tipo berço duplo com viga superior estampada, juntas fundidas e forjadas

Suspensão


Dianteira: garfo telescópico hidráulico com 41,3 mm de diâmetro e 117 mm de curso

Traseira: balança bichoque em duas peças com dois amortecedores hidropneumáticos e molas helicoidais ajustáveis, com 76 mm de curso

Freios

Dianteiro: discos duplos Brembo de 300 mm de diâmetro com pinça fixa de 4 pistões, ABS de série

Traseiro: disco simples de 300 mm de diâmetro com pinça fixa de 4 pistões, ABS de série

Pneus


Dianteiro: 130/90-16

Traseiro: 180/65-16

Dimensões

Comprimento (cm) 240

Altura/largura (cm) 140/95,3

Entre-eixos (cm) 162,5

Peso a seco (kg) 355

Vão-livre (cm) 14,4

Altura do assento (cm) 73,5

Tanque (l) 22,7

Desempenho


0-100 km/h (s) 6,3

0-400 m (s / km/h) 14,7/145,8

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 3,6

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 4,2

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 2,8

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 7,5

Máxima na pista de testes (km/h) n/d

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 98

Consumo esportivo (km/l) 12,4

Consumo econômico (km/l) 21,1 km

 
H-D Road King Classic 103 Foto: Marco de Bari H-D Road King Classic 103

 
Ela chegou, eu estava gripado - com febre mesmo. Não faz mal, pensei: "É sexta-feira, e amanhã essa garoa fina, tão paulistana e fria, terá passado". Qual o quê, não aguentei o olhar repreensivo que o velho capacete me enviava da estante e fomos os três, eu, a Road King e o vírus da gripe, dar um rolê gelado em pleno dezembro. As motos grandes têm esse efeito sobre mim, e as bonitas mais ainda. Com certeza você não faria diferente. A Harley-Davidson FLHRC Road King Classic transforma seu motociclista, ao menos temporariamente, no rei dos caminhos, como sugere seu nome. É uma boa sensação.

Todas as Harley-Davidson, exceto as VRSC, as V-Rod, têm apelo saudosista, meio anos 50. As Classic, como essa, de pneus faixa branca, cromados e para-brisa, são reminiscências modernas dos chamados anos dourados.

O motor 103 é mais ou menos novidade no Brasil - essa é a primeira Harley com as tais 103 polegadas cúbicas (equivalentes a 1 690 cc) que testamos. O motor anterior, de 96 polegadas cúbicas (1 584 cc), vai cedendo espaço ao irmão maior e mais novo. Ambos pertencem à família Twin Cam, que começou com 88 polegadas cúbicas, em 1999. O aumento de cilindrada foi obtido por meio da elevação do diâmetro interno do cilindro de 9,52 cm para 9,84 cm. Parece pouco, mas resulta em pouco mais de 100 cc no deslocamento volumétrico total dos dois cilindros.

NasTouring, como esta Road King, o motor tem radiador de óleo que ajuda na refrigeração, a ar. A fábrica não divulga a potência máxima. Uma pesquisa na internet nos leva a algo perto de 75 cv na roda para o 103, mas não é oficial nem dá para levar muito a sério.

Tudo na marca da barra e do escudo tem uma longa história e seus maiores motores V2, os big twin, são o eixo dessa narrativa. Algumas linhagens mecânicas tiveram nomes engraçados e famosos ao longo do século passado, como os Flathead ("cabeça chata"), os Knucklehead (meio intraduzível, já que knuckle é o nó dos dedos. É o adjetivo para bobalhão, em inglês), os Panhead ("cabeça de panela") e os Shovelhead ("cabeça de pá"). São referência à forma das tampas de válvulas.

Com o aumento de cilindrada, o V2 ganhou mais torque. Na linha 2012, vem de série nas Softail e nas Touring. Segundo a fábrica, a força passou dos 12,95 "quilos" a 3 000 rpm do 96, para 13,9 mkgf a 3 500 giros, no 103.

A Road King pesa, a seco, 355 kg e beliscar o acelerador com destemor exige um pouco de musculação. Os 14 "quilos" de torque jogam bruto e apesar de todo seu tamanho ela intimida muita japonesinha magra.

O câmbio de seis marchas, com a última overdrive, alongada, é escalonado para a autoestrada. As mudanças são típicas da marca, um tanto rudes e ríspidas, mas transbordam robustez em engates firmes e precisos.

Piloto Automático

Na estrada, em baixas rotações, os 23 litros do tanque da Road King permitem boa autonomia. Como seu consumo médio gira em torno dos 17 km por litro, são quase 400 km sem pit stop. O conforto é excepcional, apesar de a posição típica das custom forçar o peso sobre os glúteos e não permitir muitas variações. O banco é ótimo, macio e largo o suficiente para um cara grande, e estreito na frente para permitir natural apoio dos pés com a moto parada.

O escape cromado e exuberante segue a concepção dois em um em dois, com um catalisador central e duas saídas, uma sob cada alforje lateral.

Nos grandes percursos, o cruise control (piloto automático) ajuda. Você escolhe a velocidade de cruzeiro e esquece. A Road King traz ABS de série montado em um espetacular conjunto de freios Brembo. O alarme também é sofisticado e eficiente, por aproximação de um emissor de ondas que você deve levar no bolso. Serve como chaveiro para uma chave peculiar, que não fica na moto, mas trava e destrava as diversas fechaduras. Se você subir na moto sem o chaveiro por perto, ela já assobia e ameaça começar a berrar. Bom recurso contra vizinhos pentelhos e seus filhos, por exemplo, que vivem tentando escalar a moto estacionada.

Mala sem alça


A Road King é uma legítima bagger. Suas malas laterais, alforjes, ou saddlebags, se preferir em inglês, são fixas, de plástico rígido injetado revestido de sola de couro negra, espessa e forte. Não têm tampa com chave, apenas de encaixe, o que pode fazer falta em viagens longas, que exigem paradas em postos de abastecimento para almoçar ou descansar um pouco.

A capacidade de carga é generosa. Cabem 52,4 litros em ambos os alforjes. Com carga total, é bom calibrar a pressão de ar dos amortecedores, utilizando um bico colocado entre o alforje esquerdo e o para-lama (os amortecedores traseiros ficam ocultos ali).

A ergonomia é esquisita, peculiar. Tem um botão de pisca em cada mão, teste | H-D Road King Classic por exemplo, o que é difícil de acostumar: o direito fica exatamente no lugar onde nas motos mais comuns fica o botão de partida. Mas não é tão grave, pois um sistema eletrônico desliga o pisca depois de cada curva.

Os pés, em posição avançada, repousam sobre largas plataformas que limitam a inclinação da moto a 33 graus para a direita e a 31 graus para a esquerda. Elas não são dobráveis e quando rasparem é melhor tirar a mão...

Ela é ótima mesmo à noite, pois além de seu farol principal, de 55 W no facho baixo e 65 W no alto, tem mais dois faróis auxiliares laterais, de 35 W cada um. Luzes da ribalta.

Quem compra uma Harley sabe o que quer e o que esperar dela. A Road King tem uma receita consagrada e chique para viagens com calma, curtindo mais a paisagem que a pilotagem. É uma linda e exuberante motocicleta para a longa estrada.


TOCADA

Confortável e imponente: é bom sentir-se o rei da estrada de vez em quando. Tem muito torque e é bem mais fácil de manobrar do que parece.
★★★

DIA A DIA

É muito grande e os alforjes não saem, tornando as manobras em espaços restritos praticamente inviáveis.
★★

ESTILO

Ponto mais alto. É uma Harley da cabeça aos pés, trajada com tamanho e rigor do mais puro "american way of life".
★★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO
Com dois cilindros em V de 850 cc cada a 45 graus, o torque é inacreditável. Empurra para valer. O câmbio de 6 marchas é típico: ruidoso e duro, mas firme e forte.
★★★

SEGURANÇA
Impossível não vê-la. Com três faróis, sistema AB S de série, excelentes freios da grief Brembo e sistema de alarme eficiente, leva boa nota.
★★★★

MERCADO
A marca goza de grande prestígio e encontra aficionados fiéis. Agora instalada por si mesma no Brasil, valoriza seus produtos ainda mais.
★★★★★

Honda CBR 600F


Motor

4 cilindros / 16 válvulas comando DO HC / 599,3 cc / refrigeração líquida

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâmetro/curso (mm): 67/42,5

Taxa de compressão: 12:1

Potência (cv a rpm): 102 a 12 000

Torque (mkgf a rpm) (G): 6,53 a 10 500

Câmbio

6 marchas, transmissão final por corrente

Chassi

Quadro: viga superior de alumínio fundido, tipo Diamond

Suspensão

Dianteira: telescópica invertida com 41 mm de diâmetro com regulagens de pré-carga, compressão e extensão e 120 mm de curso

Traseira: monoamortecida, com regulagem de pré-carga de mola e extensão, e 128 mm de curso

Freios

Dianteiro: disco duplo flutuante de 296 mm e pinça de 2 pistões / 3 pistões na versão com C-ABS

Traseiro: disco de 240 mm e pinça de pistão simples

Pneus


Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 180/55-17

Dimensões

Comprimento (cm) 215

Altura/largura (cm) 115,2/74,2

Entre-eixos (cm) 143,7

Peso seco (kg) 191 (196 com C-ABS)

Vão-livre (cm) 13,5

Altura do assento (cm) 80,3

Tanque (l) 18

Desempenho

0-100 km/h (s) 3,9

0-200 km/h (s) n/d

0-400 m (s / km/h) 12,1/187,3

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 3,2

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 3,1

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 3,9

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 4,4

Máxima na pista de testes (km/h) n/d

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 95,5

Consumo esportivo (km/l) 14,7

Consumo econômico (km/l) 20,8

Honda CBR 600RR


Motor

4 cilindros / 16 válvulas comando DO HC / 599 cc / refrigeração líquida

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâmetro/curso (mm): 67 x 42,5

Taxa de compressão: 12,2:1

Potência (cv a rpm): 120 a 13 500

Torque (mkgf a rpm): 6,73 a 11 250

Câmbio

6 marchas, transmissão final por corrente

Chassi

Quadro: dupla viga superior de alumínio, tipo Diamond

Suspensão
Dianteira: telescópica invertida com 41 mm de diâmetro com regulagens de pré-carga, compressão e extensão e 120 mm de curso

Traseira: Unit Pro Link com regulagem de précarga, compressão e extensão e 138 mm de curso

Freios

Dianteiro: disco duplo flutuante de 310 mm e pinças radiais de 4 pistões

Traseiro: disco de 220 mm e pinça de pistão simples

Pneus

Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 180/55-17

Dimensões


Comprimento (cm) 200

Altura/largura (cm) 110,5/68,5

Entre-eixos (cm) 137,5

Peso (kg) 169 (179 com C-ABS)

Vão-livre (cm) 13,5

Altura do assento (cm) 82,0

Tanque (l) 18

Desempenho


0-100 km/h (s) 3,2

0-200 km/h (s) n/d

0-400 m (s / km/h) 11,5/195,5

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 2,5

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 2,5

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 3,0

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 3,7

Máxima na pista de testes (km/h) n/d

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 96,0

Consumo esportivo (km/l) 15,0

Consumo econômico (km/l) 28,0

Dafra Riva 150


Dafra Riva 150 Foto: Christian Castanho Dafra Riva 150

A Dafra Riva 150 surpreende. Não se trata de preconceito infundado, mas a importação de algumas motos chinesas de acabamento rústico, confiabilidade duvidosa e mecânica antiquada deixou uma má impressão dessa procedência oriental. Passo a passo, a coisa já está mudando.

O design da Riva 150 é moderno e seu comportamento dinâmico é bom. A moto vem acirrar a concorrência na categoria de 125 a 150 cc. Apesar de não trazer injeção eletrônica, mas carburador, seus acessórios a situam diante da Honda CG 150 Titan ESD/EX (6 890/7 390 reais), Kasinski Comet 150 (5 390), Suzuki GSR 150i (6 829) e da própria Dafra TVS Apache 150 (5 990). Compete diretamente com a CG 125 Fan, a versão carburada e mais simples da Honda, que custa 5 696 reais (com partida elétrica). Mais barata e com design mais bem cuidado que as rivais, a Riva promete guerra.

O farol em escudo acopla pequena bolha fumê que protege o painel. O tanque de combustível é estreito entre as pernas e permite bom encaixe. Suas linhas formam um vinco longitudinal de cada lado, que termina nos appliqués das abas de direcionamento de ar laterais. Um pequeno spoiler debaixo do motor dá mais esportividade ao visual, mas vive sujo. As laterais abaixo do banco são divididas em duas partes: a primeira simula o visual de um chassi retangular de cor grafite e empresta robustez ao conjunto. A segunda metade é pintada da cor da moto, ladeia a parte posterior do banco e termina numa alça para o garupa.

O banco em dois níveis valoriza a ergonomia e o visual. Por outro lado, a espuma rígida se torna cansativa em viagens mais longas. O painel é bem completo, com conta-giros analógico redondo centralizado e pequeno mostrador digital integrado com indicador de marchas do lado direito. As demais informações estão em outro painel maiorzinho do lado direito - também LCD -, que mostra velocímetro, hodômetro total e parcial e marcador de combustível. Faltou relógio para ficar completão. Do outro lado, luzes-espia.

As rodas são de liga e o desenho com cinco raios duplos é bonito e atual. As bengalas receberam pintura cinza fosco - também presente na lateral do farol, na alça do garupa e nas laterais na parte próxima ao motor. A combinação com o branco do modelo avaliado ficou muito elegante.

ERGONOMIA E DINÂMICA


A posição de pilotagem é confortável, braços semiflexionados em guidão alto, tronco reto, pernas um pouco recuadas e bem encaixadas oferecem facilidade na condução e no acionamento dos comandos. Os punhos são do tipo universal, só faltou o corta-corrente, já que a moto tem lampejador de farol alto e ainda é possível desligá-lo.

O motor tem 12,1 cv a 8 250 rpm, dois cavalos a menos que a CG 150 Titan EX da Honda - a mais potente da categoria. A diferença de torque é bem maior, chega a 45% para a Titan com álcool. A Honda tem 1,32 mkgf (1,45 com álcool) a 6 500 rpm, contra 1,01 "quilo" da Riva. Graças ao maior torque, a Honda leva vantagem, principalmente nas arrancadas e subidas.

Nas acelerações, a Dafra vai bem. Só depois dos 80 km/h é que a velocidade sobe mais lentamente - a maxima em nosso teste chegou a 109 km/h.

O câmbio de cinco marchas tem engates fáceis. A vibração em quinta marcha em velocidade de cruzeiro sugere que uma sexta teria sido bemvinda. A exemplo do motor Yamaha de 250 cc, o 150 cc chinês também mostrou certo barulhinho insistente no comando de válvulas, aquele tec-tectec de máquina de costura da vovó. Ambas as fábricas garantem que não representa risco e que é apenas uma característica - chata, diga-se.

A performance da Riva 150 é parelha à da Kasinski Comet 150 e Suzuki GSR 150i. A diferença no preço joga contra as concorrentes: são 1 839 reais a menos que a GSR 150i e 400 a menos que a Comet 150. Se comparada com a CG Titan 150 EX, são 2 400 reais de diferença e 1 900 na versão ESD.

As suspensões estão bem calibradas. As curvas são contornadas com segurança - no limite, ela mexe um pouco. Os pneus Pirelli City Demon garantem grip. O freio dianteiro é potente e progressivo (sem tendência ao travamento). O tambor traseiro a varão é simples e parece antigo, mas funcionou bem.

Motos chinesas baratas com padrão internacional de qualidade e confiabilidade são a aposta bancada pelas marcas recém-chegadas. Parece que a Dafra começa a pagar placê.




VEREDICTO


Surpreendente, tem bom desempenho e economia, com design moderno. Faltou a injeção de combustível.

Honda CB 600F Hornet


Motor
4 cilindros / 16 válvulas comando DOHC / 599,3 cc / refrigeração líquida

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâmetro/curso (mm): 67 x 42,5

Taxa de compressão: 12:1

Potência (cv a rpm): 102 a 12 000

Torque (mkgf a rpm) (G): 6,53 a 10 500

Câmbio

6 marchas, transmissão final por corrente

Chassi

Quadro: viga superior de alumínio fundido, tipo Diamond

Suspensão

Dianteira: telescópica invertida com 41 mm de diâmetro e 120 mm de curso

Traseira: balança monoamortecida com regulagem de pré-carga de mola e 128 mm de curso

Freios


Dianteiro: disco duplo flutuante de 296 mm e cáliper de 2 pistões/3 pistões na versão com C-ABS

Traseiro: disco de 240 mm e pinça de pistão simples

Pneus

Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 180/55-17

Dimensões


Comprimento (cm) 209

Altura/largura (cm) 109,5/74

Entre-eixos (cm) 143,7

Peso (kg) 188 (193 com C-ABS)

Vão-livre (cm) 13,5

Altura do assento (cm) 80

Tanque (l) 19

Desempenho

0-100 km/h (s) 3,9

0-200 km/h (s) n/d

0-400 m (s / km/h) 12,1/187,3

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 3,4

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 3,2

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 3,7

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 4,6

Máxima na pista de testes (km/h) n/d

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 94

Consumo esportivo (km/l) 15,3

Consumo econômico (km/l) 19,8

KTM SM T 990 ABS


Motor

2 cilindros em V 75° / 8V DOHC / 999 cc / refrigeração a líquido

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica digital

Partida: elétrica

Diâmetro x curso (mm): 101 x 62,4

Taxa de compressão: 11,5:1

Potência (cv a rpm): 115 a 9 000

Torque (mkgf a rpm): 9,9 a 7 000

Câmbio

6 marchas com transmissão final por corrente

Chassi
Quadro: treliça tubular de aço cromomolibdênio

Suspensão

Dianteira: telescópica invertida WP de 48 mm de diâmetro com regulagens de pré-carga, compressão e extensão e 160 mm de curso

Traseira: Monoamortecedor a gás regulável em extensão, retorno e pré-carga da mola e 180 mm de curso

Freios


Dianteiro: 2 discos flutuantes de 305 mm de diâmetro e pinças de 4 pistões opostos

Traseiro: disco simples com 240 mm de diâmetro e pinça de 2 pistões opostos

Pneus


Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 180/55-17

Dimensões


Comprimento (cm) n/d

Altura/largura (cm) n/d

Entre-eixos (cm) 150,5

Peso a seco (kg) 197

Vão-livre (cm) 19,5

Altura do assento (cm) 85,5

Tanque (l) 19

Desempenho

0-100 km/h (s) 3,7

0-200 km/h (s) 15

0-100 m (s / km/h) 22,2 / 213,5

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 1,84

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 2,32

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 3,05

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 4,01

Máxima na pista de testes (km/h) 218

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 97

Consumo esportivo (km/l) 13,1

Consumo econômico (km/l) 19,2


KTM SM T 990 ABS Foto: Christian Castanho KTM SM T 990 ABS

Potência não é sinônimo de conforto, assim como versatilidade não consegue atender aos anseios por esportividade máxima. Como moto polivavente não existe, nada como o sonho de uma garagem cheia… Porém, depois de tentar com o motor LC8 em diversos modelos, a KTM chegoubem próxima da perfeição quando lançou a SM T 990. O nome é uma junção de letras para designar Supermotard Touring, que agrega conforto sem perder radicalidade.

Se na versão anterior faltava a cereja sobre o bolo, agora isso foi resolvido com a adoção de ABS. Mas não se trata de um ABS qualquer. Trata-se de um sistema Bosch para motos esportivas, batizado de 9M+, semelhante ao das Honda CBR RR, porém mais leve. É o mesmo que equipa a Kawasaki ZX- 10R, com a diferença de poder ser desativado. O módulo pesa apenas 532 gramas e processa com velocidade as informações enviadas por sensores instalados nas rodas, que leem a diferença brusca de velocidade para que, depois, micromotores elétricos instalados na linha de freio tratem de compensar a quantidade certa de fluido enviado às pinças. Diferentemente do que acontece com sistemas ABS tradicionais, que contam com dois grandes módulos (um para a roda traseira e outro para a roda dianteira) e pesadas válvulas compensadoras, a SM T também não tem pinças diferentes nem dois flexíveis que trabalham combinados. A ideia é aprimorar a sensibilidade do piloto para parar a moto, não deixando que a eletrônicatire a força do pé direito ou dos dedos. Agora há gerenciamento eletrônico veloz, que não deixa o manete de freio endurecer. A diferença de peso para a versão sem ABS é de 1 kg.

Injeção diferente


Na aparência é a mesma moto. A pintura da carenagem, que cobre o tanque de combustível, foi alterada. Os engenheiros afirmam que a SM T recebeu mapa de injeção diferenciado, para suavizar a potência em baixa.

Não é uma supermotard, não é uma trail nem uma superbike. Mas tem muito de todas essas, acrescentando boa capacidade para levar acompanhante e suportes (nas ponteiras de escape) para as bolsas laterais, que são vendidas separadamente como acessórios.

Motard, pelas rodas aro 17 calçadas com pneus esportivos e freios superdimensionados; trail, pelo longo curso de suspensões; e superesportiva, pelo caráter do motor e pela eficiência do chassi. Ingredientes refinados com tempero de competição que ganhou um "T" para entrar na turma das touring, justificado pelo tanque de grande volume (19 litros) e pela bolha para-brisa alta.

O motor é o leve V2 com 75 graus de inclinação entre os cilindros, DOHC de 999 cm3, alimentado por um sistema de injeção eletrônica Keihin com corpo de 48 mm de Venturi. Esse motor, que estreou oito anos atrás na big trail Adventure, nasceu com 950 cc e alimentado por carburador, mas passou a ser alimentado por injeção direta, ganhou catalisadores e 50 cc a mais para não perder performance. Ele é capaz de render 115 cv a 9 000 rpm, com um estonteante torque máximo de 9,9 mkgf a 7 000 rpm. Mais que excelente para uma moto de 197 kg.

Hora k


Já havíamos pilotado a KTM SM T 990 na edição 19, e na época não deixamos de revelar o sorriso quando aceleramos essa que é o maior sucesso da marca sobre o asfalto. A SM T 990, com 9 000 unidades comercializadas, foi a mais vendida da marca entre 2009 (quando foi lançada) e fim de 2010.

A posição de pilotagem é confortável, favorecida pelo guidão alto, banco com boa dose de espuma e pedaleiras não tão recuadas. Protetores de mãos e para-brisa alto são de série. Guidão de alumínio grosso, fixado em mesa que permite regulagem, embreagem hidráulica e bomba de freio Brembo radial. O painel, destoante, é simples e pobre de informações. Peca por não ter marcador de gasolina nem computador de bordo, vitais em uma moto com pretensões touring. Marcador de marcha engatada e shift-light, nem em sonho.

Mas depois que engatamos a primeira e aceleramos até a faixa vermelha do conta-giros, pouco importa o painel. A nova SM T 990 ABS tem a mesma alucinante capacidade de aceleração da versão anterior. São 9,9 mkgf de torque máximo a apenas 7 000 rpm. A roda dianteira descola do chão facilmente. É vital engatar a segunda marcha rapidamente se você não quiser virar para trás. Assim como uma supermotard, as trocas de marchas têm obrigação de acontecer rapidamente para a frente manter-se no solo. A "pegada" do V2 é forte e ela está sempre ali, independente do giro. Porém agora ganhou docilidade se a intenção for passear a 40 km/h na orla da praia. Ultrapassa com facilidade os 200 km/h e faz de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos.

O chassi é um primor da engenharia. Um quadro de treliça tubular de aço cromomolibdênio equipado com suspensões White Power garante que tudo fique neutralizado e estabilizado em curvas. As bengalas invertidas dianteiras têm 48 mm de diâmetro e são repletas de regulagens. O amortecedor traseiro a gás conta com todas as regulagens. Ele é fixado diretamente na balança, sem a necessidade de links. A ausência de links poderia ser um fator negativo frente à desejada progressividade de uma suspensão destinada a viagens com carga e acompanhante, mas o amortecedor é tão robusto que progressividade é o que não falta.

Mas e o freio? A Bosch conseguiu colocar o ovo em pé. Cinco anos atrás, ABS em moto significava peso extra e zero sensibilidade de manete e pedal. Agora a moto pesa mísero 1 kg a mais (que é ínfimo, considerando as diferenças de biotipos de piloto) e ainda não deixa que o motociclista sinta-se inseguro com a máquina decidindo o espaço de frenagem por ele. Como o sistema só entra em ação na iminência do travamento, não existe aquela trepidação comum dos velhos sistemas quando se faz uma simples frenagem em um semáforo, por exemplo. Tal eficiência de frenagem está diretamente ligada aos pneus Continental, desenvolvidos especialmente para ela. Ou seja, calçada com verdadeiros "chicletes", já é bem difícil que a roda trave, e como o módulo só compensa a pressão na iminência do travamento, não seria exagero afirmar que ele quase nunca trabalha. O ABS só entrará em ação em uma frenagem assustada, repentina e no molhado, ou seja, em raras ocasiões.

Mercado

Por 49 900 reais, incomoda muita gente. Pela proposta versátil, grandes naked, big trail, touring e até superbikes devem abrir os olhos. Para alguns, o estilo pode não agradar à primeira vista, mas o preconceito vai por água abaixo depois de uma volta no quarteirão. É um motão com M maiúsculo. Faz curvas com inclinação que possibilita raspar os joelhos no chão, acelera como superbike, freia como uma supermotard e até topa uma estrada de terra.

A marca anuncia a intenção de se firmar em primeira pessoa, mas adiou a montagem em Manaus para o Segundo semestre. A morosidade para o licenciamento (veja quadro) tem espantado alguns clientes, mas o produto não tem nada a ver com isso.


Sem papel passado

Consumidores reclamam da dificuldade para emplacar KTM e Ducati.

KTM e Ducati estão entre as mais fantásticas motos produzidas na atualidade, isto é fato. Mas muitos de seus compradores no Brasil têm reclamado da demora, que chega a até 100 dias em alguns casos, para conseguir emplacar as motocicletas recém-adquiridas, além de dificuldade extra para eleger a financeira de sua preferência, já que a retirada das motos da alfândega e consequente liberação do gravamen está sendo feita em lotes fechados de motos já vendidas. O Grupo Izzo, responsável pelas marcas no país, admite o problema e garante uma pronta solução. Mas até nosso fechamento, a situação era essa.


TOCADA

Divertida. Aceita ser tratada com carinho e vira uma fera se o piloto souber domar tanta radicalidade.
★★★★
DIA A DIA
Não é pequena nem é a melhor opção se for sua primeira moto. Mas se você é experiente, resolve sua vida com maestria.
★★★
ESTILO
Legítima KTM! Com design arrojado e até futurista, pode assustar quem não sabe dar valor aos ricos equipamentos, como rodas, freios e suspensões.
★★★
MOTOR E TRANSMISSÃO
Empolgante e divertido, consegue a façanha de ser ao mesmo tempo suave. Um V2 de respeito. O câmbio é bem escalonado e tem engates suaves. Aceita botas pesadas e não reclama de ser maltratado.
★★★★
SEGURANÇA
Com sistema ABS de última geração e pneus exclusivos, a SM T não tem problemas para lhe oferecer segurança no momento de parar.
★★★★★
MERCADO
Todo mundo deveria dar uma voltinha para sentir do que ela é capaz. Aí sim, as dúvidas sobre a compra seriam sanadas. Se os problemas de documentação fossem agilizados, seria um tremendo sucesso.
★★

Honda VFR 1200F


Motor

V4 / 16 válvulas comando OHC / 1 236,7 cc / refrigeração líquida

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica digital

Partida: elétrica

Diâmetro/curso (mm): 81 x 60

Taxa de compressão: 12:1

Potência (cv a rpm): 172,7 a 10 000

Torque (mkgf a rpm): 13,2 a 8 750

Câmbio


Eletrônico de 6 marchas, automático ou manual, transmissão final por cardã

Chassi


Quadro: dupla viga de alumínio (Diamond)

Suspensão


Dianteira: telescópica invertida com 120 mm de curso

Traseira: pro-link monoamortecida com 130 mm de curso

Freios

Dianteiro: disco duplo flutuante de 320 mm e pinça de 6 pistões

Traseiro: disco de 276 mm e pinça de 2 pistões

Pneus


Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 190/55-1

Dimensões


Comprimento (cm) 224,4

Altura/largura (cm) 122,2/74

Entre-eixos (cm) 154,5

Peso (kg) 264

Vão-livre (cm) 12,8

Altura do assento (cm) 81,5

Tanque (l) 18,5

Desempenho


0-100 km/h (s) D 4,9; S 4,5; M 4,5

0-200 km/h (s) D 15,3; S 11,8; M 11,5

0-1 000 m (s / km/h) D 23,1/232,7; S 21,7/244,4; M 21,6/243,8

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) D 3,3; S 2,4; M 2,8

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) D 3,1; S 2,0; M 3,3

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) D 2,8; S 2,0; M 3,2

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) D 3,0; S 2,7; M 3,5

Máxima na pista de testes (km/h) D 247; S 251; M 252,2

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 94

Consumo esportivo (km/l) n/d

Consumo econômico (km/l) D 15,9

BMW R 1200GS


Motor

Boxer / 2 cilindros opostos / 8 válvulas radiais / 2 velas por cilindro / 1 170 cc / refrigeração a ar

Alimentação: injeção eletrônica digital

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâmetro/curso (mm): 101 x 73

Taxa de compressão: 12:1

Potência (cv a rpm): 110 a 7 750

Torque (mkgf a rpm) (G): 12,2 a 6 000

Câmbio
6 marchas, transmissão final por cardã

Chassi


Quadro: multitubular em aço, motor estrutural

Suspensão


Dianteira: articulada Telelever com conjunto mola/ amortecedor central e balança, 210 mm de curso, com ajustes eletrônicos ESA

Traseira: paralelogramo deformável Paralever, balança traseira monobraço de alumínio, com 220 mm de curso e ajustes eletrônicos ESA

Freios

Dianteiro: discos duplos flutuantes de 305 mm e pinças de 4 pistões

Traseiro: disco de 265 mm e pinça flutuante de 2 pistões

Pneus


Dianteiro: 110/80-19

Traseiro: 150/70-17

Dimensões


Comprimento (cm) 224

Altura/largura (cm) 152,5/99

Entre-eixos (cm) 150,7

Peso (kg) 223

Vão-livre (cm) 23,5

Altura do assento (cm) 91 (89 opcional)

Tanque (l) 33

Desempenho


0-100 km/h (s) 4,3

0-200 km/h (s) 20,1

0-400 m (s / km/h) 24/205

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 1,8

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 2,1

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 2,9

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 4,0

Máxima na pista de testes (km/h) 210,5

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 95,5

Consumo esportivo (km/l) 14,6

Consumo econômico (km/l) 19,7

MV Agusta Brutale RR 1090


Motor

4 cilindros em linha / 16 válvulas radiais dOhc / 1 078 cc / refrigeração a água e radiador de óleo

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâmetro x curso (mm): 79 x 55

Taxa de compressão: 13:1

Potência (cv a rpm): 144 a 10 300

Torque (mkgf a rpm): 11,2 a 8 100

Câmbio

6 marchas com transmissão final por corrente

Chassi


Quadro: treliça tubular de aço combinado com liga de alumínio

Suspensão


Dianteira: invertida Marzocchi com barras de 50 mm, 125 mm de curso e totalmente ajustável

Traseira: um amortecedor sachs a gás com 120mm de curso e totalmente ajustável

Freios

Dianteiro: disco duplo flutuante de 310 mm com pinça radial de quatro pistões

Traseiro: disco simples flutuante de 210 mm com pinça de quatro pistões

Pneus
Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 190/55-17

Dimensões

comprimento (cm) 204,5

Altura/largura (cm) n/d / 77,5

entre-eixos (cm) 143

peso a seco (kg) 190

vão-livre (cm) 14

Altura do assento (cm) 82,5

tanque (l) 23

Desempenho

0-100 km/h (s) 3,4

0-200 km/h (s) n/d

0-1 000 m (s / km/h) n/d / n/d

de 40 a 70 km/h em 3ª (s) 2,4

de 60 a 90 km/h em 4ª (s) 2,1

de 80 a 110 km/h em 5ª (s) 2,8

de 100 a 130 km/h em 6ª (s) 3,1

Máxima na pista de testes (km/h) n/d

velocidade real a 100 km/h (km/h) 96,5

consumo esportivo (km/l) 10,3

consumo econômico (km/l) 13,3

MV Agusta Brutale RR 1090 Foto: Marco de Bari A Brutale faz jus ao nome

A MV Agusta é uma das marcas com maior tradição nas pistas. Seu passado é memorável: ao todo foram 37 títulos mundiais pelas mãos de Mike Hailwood, John Surtees, Phil Read e Giacomo Agostini, para citar os maiores. A marca acaba de sair de uma travessia complicada. Após ser adquirida pela Harley-Davidson, voltou às mãos de Claudio Castiglioni, o mesmo empresário italiano que a havia vendido aos norte americanos.

O projeto dessa bella macchina é do mago do design de motocicletas Massimo Tamburini, italiano que tem em seu currículo criações geniais e inovadoras como Bimota Tesi e Ducati Monster.

Se o projeto fala por si, o motor grita mais alto. Acionado o botão de partida, seu rugido faz qualquer um virar a cabeça. O som difundido pelas pequenas ponteiras é grave, igual à partida de uma moto de competição.

A moto é caprichada, bem projetada. Ela não mudou muito por fora, mas há diferenças marcantes em relação à versão anterior: o quadro de treliça tubular encobre o compacto motor quatro-em-linha. Apesar de preto, salta aos olhos. Nele há um adesivo com a inscrição "soldato a mano" - soldado à mão, traduzindo -, que reforça o caráter artesanal do acabamento e o cuidado com detalhes como a solda, quase artística. É um diferencial da marca em relação às japonesas.

Na frente do motor, o conjunto de radiadores em triângulo invertido recebeu acabamento na cor preta. Ele compõe uma espécie de proteção ao motor e dá robustez ao visual. O banco inteiriço imita muito bem um cockpit: metade do local destinado ao piloto é de couro preto e mais baixo, já a parte destinada ao garupa é de couro prateado e situada um nível acima. Só chegando perto dá para perceber que é parte do banco, até o vinco longitudinal da espuma é perfeito. Lá na pontinha dele há uma rabeta onde a lanterna minimalista afila e finaliza a parte traseira da moto.

O novo amortecedor de direção também chama atenção. É autêntico e bonito, mas difícil de regular por meio da pequena rosca em formato de estrela, localizada muito próxima do tanque, exigindo o esterço à direita para dar acesso à regulagem. O tanque ganhou capacidade, agora leva 23 litros, enquanto na 910 - testada na edição 586-A - eram 19 litros. As entradas de ar nas quinas frontais do tanque agora são duas, dispostas verticalmente.

Grife Italiana

O painel também é novo, agora o conta- giros fica à esquerda e dentro dele um pequeno visor de LCD indica a marcha engrenada e a temperatura do motor. Ao lado direito, outro mostrador de cristal líquido traz as informações restantes, o cronômetro e os acessos aos controles de tração e modos de potência. As demais informações são o hodômetro com duas parciais e relógio, ainda pobre para uma moto que oferece tanta performance e custa 52 000 reais. O farol em forma de escudo é muito parecido com o da predecessora: elegante e ainda muito bonito.

As bengalas da suspensão dianteira são invertidas, da grife italiana Marzocchi, com 50 mm de diâmetro. O amortecedor traseiro é da alemã Sachs e ambos são reguláveis. O monobraço do lado esquerdo foi desenhado com liga de alumínio e graças a ela a linda roda de dez raios fica exposta do lado direito, compondo um visual moderno e agressivo com as duas pequenas ponteiras tubulares de pontas chanfradas.

A posição, apesar das pedaleiras recuadas, é bastante relaxada: há mais espaço no banco para posicionar se com o peito à frente e o quadril para trás em tocada esportiva. O guidão é bastante largo, mas não atrapalhou no trânsito, passando sem problemas entre os carros. As pedaleiras estão bem posicionadas, mas têm um problema: são escorregadias. Na chuva, podem complicar nas curvas.

Os comandos são funcionais, mas os botões da buzina e dos piscas estão invertidos. O da buzina está por cima, o que - até criar costume - causa perda de atenção para encontrá-lo. Outra dificuldade é conseguir ajustar os modos de potência, o que é feito através do botão de partida.

Dinâmica


Só de ouvir o alarido desse quatro-emlinha dá vontade de fazer uma largada tipo GP e ir jogando marchas até acabar o quarteirão ou até o próximo semáforo. Melhor deixar isso para as pistas, é claro. O motorzão desenvolve 144 cv a 10 300 rpm e torque de 11,2 mkgf a 8 100 rpm. A sensação é de que ele vai te deixar para trás a todo momento, é difícil domá-lo quando se quer andar mais rápido, pois a resposta ao giro do acelerador - com punho rápido, igual aos de competição - é instantânea e merece muita atenção. A roda quer subir, o cérebro cola no fundo do crânio. Para alguns, pode chegar a causar vertigem. O câmbio de relação bastante curta intensifica a sensação. Mas, quer saber? É um prazer intenso.

Toda essa volúpia tem que ser contida e é isso que o sistema de freios assinado pela também italiana Brembo propõe. Dois discos flutuantes de 310 mm na dianteira, mordidos por pinças radiais de quarto pistões, e um disco de 210 mm na traseira são superdimensionados e dão conta do recado. Agora é preciso ter tato e progressividade na força aplicada no manete para evitar sustos com eventuais travamentos da roda dianteira. É comum acionar o freio e perceber que houve algum exagero. Levantar a roda traseira também não é difícil, mas pode ser perigoso.

As suspensões, apesar de totalmente reguláveis, transmitem ao condutor muitas das imperfeições do pavimento, às vezes tornando desconfortável a pilotagem sobre terreno irregular. Por outro lado, em asfalto liso, a Brutale RR 1090 contorna todo tipo de curva com facilidade. É certo que mostra alguma predileção pelas sequências mais sinuosas, em que a sucessão de mudanças rápidas de trajetória se faz necessária: essa sim é a praia da beldade italiana.

Essa MV Agusta faz você sentir a pilotagem de reações esportivas, mas com o vento na cara. Acima de 150 ou 160 km/h (velocidades que são fichinha para a Brutale), a força do vento no peito e na cabeça chega a exigir esforço e concentração. Montada no Brasil, ela ficou mais acessível. Em nenhum lugar do mundo uma MV é barata. É, ao contrário, um artigo de luxo, mas vale pelo carisma da marca e pelo caminhão de
adrenalina que ela traz na garupa.


TOCADA
É pura adrenalina. Convida a fazer largadas a cada saída de semáforo: a roda dianteira teima em abandonar o chão. É para quem gosta de pilotar "fuerte".
★★★★
DIA A DIA

Não é para isso: tem agilidade limitada na cidade, as suspensões são duras e o conforto é escasso.
★★
ESTILO

Impressionante: transborda modernidade e arrojo, é compacta e suas linhas e o ronco bravo impressionam por onde passa.
★★★★★
MOTOR E TRANSMISSÃO
O tetracilíndrico de válvulas radiais é agressivo. É uma muscle bike. O câmbio tem engates precisos, mas a embreagem, apesar de hidráulica, é bastante dura.
★★★★
SEGURANÇA

Mesmo com toda a qualidade nos freios, as respostas rápidas ao guidão exigem muita prudência, senão um piloto mais experiente.
★★★
MERCADO
Agora que está sendo montada por aqui, ficou bem mais barata.
★★★

BMW S 1000 RR


Ajustes em suspensão e chassi dão mais firmeza Foto: Donizete Castilho BMW S 1000 RR

Parece a mesma moto, mas não é. Visualmente, a S 1000 RR 2012 ganhou apenas uma nova e bonita rabeta, que aparenta ser mais leve com a introdução de duas pequenas telas vazadas. Na frente, os winglets ao lado do farol são maiores, nada mais - além da nova opção de cor azul ou branca com vermelho. Todavia, a superesportiva mais desejada recebeu melhorias significativas no caráter do motor e no comportamento ciclístico, por meio de alterações na gestão eletrônica e no chassi, retirando de uma vez por todas qualquer defeitinho irrisório que a versão anterior pudesse ter.

O motor continua com os mais que suficientes 193 cv, mas mudou a maneira como a cavalaria se apresenta à roda traseira. Com mudanças no sistema de escapamento e um duto de admissão maior, resume-se que o motor respira bem melhor. Consequentemente, teve de receber novo mapa de injeção eletrônica, de modo a aumentar a aceleração e o torque em baixos regimes. A relação de transmissão final agora está mais curta (de 17-44 para 17-45), ou seja, incorporou um dente a mais na coroa.

Permanece a opção de selecionar, por meio de um botão no punho direito, quatro mapas diferentes de injeção. Continuam as opções Rain, Sport, Race ou Slick, mas o arco de rotações funciona de forma totalmente diferente da versão anterior - em particular na opção Rain, que agora trabalha com 163 cv. Na opção Slick, o controle de tração é menos atuante.

A BMW S 1000 RR ganhou novo quadro, que oferece medidas bem diversas em relação à versão 2011. As suspensões têm novo projeto e o amortecedor de direção agora é regulável.

O local escolhido para a apresentação da nova moto foi a pista da fazenda Capuava, no interior de São Paulo. Uma pista curta, muito técnica, com curvas em subidas e descidas, em que as muitas inversões eram perfeitas para avaliar o que o novo chassi pode oferecer. A BMW focou o desenvolvimento dessa nova versão naquele que era o único ponto falho da S 1000 RR: o chassi. A parte dianteira da moto foi completamente revista e o equilíbrio entre dianteira e traseira teve cuidados especiais. O ângulo de caster aumentou quase nada (de 23,9 para 24 graus), mas o entre-eixos diminuiu 9 mm. Façanha atingida pelas novas mesas, que recuaram as bengalas em 2,5 mm. Na prática, a moto está ainda mais carregada na frente. Na traseira, além de a balança poder ser regulada na altura da fixação no quadro, o amortecedor é novo, mais robusto e com nova progressividade da mola. Em poucas voltas, percebemos que a moto está mais precisa em inversões de curvas. Poucos irão notar essa diferença na estrada.

O que ficou fácil de sentir e melhorou bastante foi a resposta do acelerador e a curva de giro mais linear. A moto ficou mais esperta em baixa e sai de curva com mais vigor, retomando de baixa para alta sem aquela sensação de subir um degrau, e sim uma rampa. No modo Slick, o freio-motor é quase inexistente, provando que a nova gestão teve o intuito de aumentar a velocidade do passo de curva e, consequentemente, baixar os tempos de volta.

Honda CB 300R


Na versão com ABS, freio a disco traseiro Foto: Christian Castanho Honda CB 300R

A Honda, em 2009, ao anunciar a injeção eletrônica no segmento das 250 cc com algum atraso - a rival Yamaha Fazer 250 já trazia o equipamento havia um bom tempo -, acabou com a CBX 250 Twister e elevou a capacidade de seu motor em 50 cc pelo aumento do curso do pistão. Foi bola dentro. A CB 300R dominou o segmento nas médias/pequenas cilindradas e, por oferecer freios com antiblocante ABS opcional, praticamente isolou-se em um nicho próprio.

A linha 2012 foi apresentada no finzinho do ano passado sem alterações técnicas. As novidades da Honda CB 300R para este ano são apenas estéticas e se resumem a novas cores: amarela, azul metálico, branca e vermelha.

Com tão poucas novidades, a maior atração da CB 300R para o início de 2012 é a versão comemorativa dos 40 anos da presença da Honda no Brasil, celebrados em 2011, que incorpora grafismos exclusivos, pretos e vermelhos. A decoração remete às versões mais esportivas - e de maior cilindrada - da marca, em especial a também recém-lançada CBR 600F, emprestando maior apelo esportivo à série especial. O novo grafismo é esteticamente bem logrado e realça com elegância alguns contornos da moto, em especial na carenagem de farol.

A versão foi apresentada inicialmente no Salão da Moto em outubro passado. Serão produzidas apenas 3 000 unidades dessa série comemorativa, o que faz prever para ela uma permanência bastante abreviada nas revendas, pois a CB 300R foi a sétima motocicleta mais vendida no ano passado, com 82 439 emplacamentos em todo o Brasil, de acordo com os números divulgados pela Fenabrave, entidade que congrega o setor de distribuição de veículos em todo o país.

O preço, de 11 690 reais (não inclui frete, que varia de acordo com o estado da compra, nem seguro), é o mesmo da CB 300R de série. Com o sistema ABS, qualquer uma das versões do modelo passa a custar 13 390 reais.



Grafismo realça curva da carenagem frontal (esq.) | Inscrição Limited Edition destoa do design (dir.)

Honda NC 700X


Honda NC 700X Foto: Divulgação Honda NC 700X

A nova NC 700X parece ter saído de uma lâmpada mágica, daquelas em que o gênio não economiza esforços para atender aos desejos do seu amo. Afinal, quem é que não quer uma moto que reúna baixo consumo, praticidade, tocada tão divertida quanto polivalente, tecnologia de ponta… E preço pra lá de atraente. Bastaram 170 km para mostrar, no primeiro contato, que a aposta da Honda pode ser uma boa resposta à timidez do Mercado europeu nestes tempos mais duros.

Um de seus principais trunfos, a economia de combustível, apoia-se nos avanços tecnológicos da MotoGP. Ela apresentou consumo inferior a 25 km/l - mesmo em poucos quilômetros, sem cuidados com economia e sem possibilidade de uma medição rigorosa -, o que mostra o realismo dos numerous (28 km/l) apresentados pela Honda.

Pensada para o exigente e multifacetado mercado europeu, a NC 700X começou a ser desenvolvida bem antes da chegada da sombria nuvem que paira sobre o panorama econômico internacional, especialmente europeu.

A premissa de baixo consumo deu origem a um bloco inteiramente novo, com soluções técnicas inéditas, do catalisador colocado mais próximo da saída dos cilindros - garantindo níveis mais altos de temperatura de funcionamento e, portanto, de eficiência - até o virabrequim posicionado a 270 graus, que cria ordem de explosão dos cilindros com diferença de 90 graus.

Também ajudam a economizar combustível outras soluções técnicas adotadas, como o tratamento de resina dos pistões, que reduz o atrito, e a adoção de uma só ponteira de escape, de corpo único de injeção para os dois cilindros. São soluções inspiradas nos automóveis da marca. O motor guarda enorme semelhança com o 1.4 que equipa o Honda Fit. Ou melhor, a metade daquela unidade motriz, com mesma relação diâmetro x curso (73 x 80 mm).

Economia, sim, mas sem prejuízo de um comportamento honesto, voluntarioso, quase fazendo esquecer as limitações de potência. É certo que a NC 700X não é uma usina de emoções, mas cumpre as promessas de eficácia, permitindo ritmos interessantes e sempre com margem para uma ultrapassagem menos calculada ou uma subida mais íngreme e extensa com duas pessoas a bordo.

As diretrizes de desenvolvimento passaram pela constatação em pesquisas encomendadas pela Honda de que 90% dos motociclistas rodam abaixo dos 140 km/h e que 80% deles não ultrapassam as 6 000 rpm. A partir desses dados estatísticos, e tendo sempre em vista a facilidade e economia, os técnicos nipônicos criaram um bloco de dois cilindros paralelos, colocado em posição muito inclinada (62 graus), excelente para subir de rotação e com funcionamento ideal ao redor das 4 000 rpm. Nada de fortíssimas emoções com pouca cavalagem, é certo, mas ainda assim garantia de que a NC 700X assegura inusitada rapidez e eficácia nas mãos dos mais rodados motociclistas. Também possui "friendly use" para os menos experientes, com surpreendente torque nos regimes mais baixos, traduzido em notável elasticidade em baixos e médios regimes.

Eficácia que assenta também numa ciclística de enorme simplicidade, com centro de gravidade colocado em posição muito baixa e distribuição de pesos ideal entre os dois eixos (50/50), o que garante facilidade nas mudanças de direção e elevado rigor em inclinação, apesar de suspensões de curso considerável e peso que ultrapassa os 200 kg. Mesmo nos mais radicais ângulos em curva! E isso sempre sem a menor dificuldade, atributo de uma posição de condução de inspiração trail, com costas eretas, pernas pouco flexionadas e braços abertos, que além do bom controle proporcionam o reforço dos níveis de confiança.

Fato que deverá ser extensível à utilização urbana, graças à facilidade de colocação dos pés no solo, quer por uma contida altura do banco, quer, sobretudo, pelo perfil estreito. Posição confortável, ergonomicamente bem conseguida, mesmo que o banco - de bom recorte, em contraponto a alguma dureza, revelador de maior vocação para o trânsito urbano do que para as viagens mais longas - mostre revestimento muito escorregadio. Isso se deve provavelmente pela aplicação de algum produto para dar (ainda) maior brilho à moto.

Mantendo a linha filosófica do motor, privilegiando sempre economia e facilidade, a suspensão da NC 700X mostrou acertado compromisso com a relação entre eficácia e conforto sem comprometê-la mesmo em ritmos mais fortes. Denotou, é certo, alguma aspereza nos pisos mais degradados, mas sem colocar em risco o conforto ou a precisão, contribuindo para comportamento neutro, sem tiques ou manias.

Quanto à frenagem, mostrou progressividade, dando a falsa ideia de pouca eficácia em um momento inicial, mas mostrando "pegada" bem aceitável em todas as situações. O bom feeling faz esquecer o disco único na dianteira (suficiente!) e o sistema de frenagem combinada e ABS, opcionais montados na unidade testada e que acrescentam valores de segurança e eficácia. Como nota de rodapé, sublinhe- se o fato de, por uma questão de economia, os dois discos serem recortados da mesma peça metálica, em aproveitamento que, não sendo exclusive da NC, é mais uma contribuição para o excelente preço final. Com preço por volta dos 6 000 euros na Europa (a estimativa é de que custe algo em torno de 22 500 reais no Brasil), o modelo tem aspecto crossover, inspirado nas primas Crosstourer e Crossrunner, e chega provavelmente ainda no primeiro semestre deste ano, em branco, cinza, preto e um vistoso vermelho.

Acessórios

Com inegáveis características de veículo de exceção em ambiente urbano, a Honda NC 700X não rejeita, de forma alguma, tiradas de maior quilometragem, de ensejo mototurístico. Ambição reforçada pelo completo rol de acessórios exclusivos que a casa nipônica disponibiliza para o modelo, a começar pelos sistemas de frenagem combinada e ABS (C-ABS) e passando pelo DCT de segunda geração, a transmissão com dupla embreagem que permite utilização em modo manual ou dois modos automáticos.

Para os adeptos das viagens, a NC 700X pode ser equipada com top case de 35 ou 45 litros e respectivos sacos interiores, malas laterais de 29 litros e para-brisa alto. Defletores aerodinâmicos para pernas e pés mantêm o piloto limpo, brindado também com punhos aquecidos. Alargador do paralama, faróis de neblina de led, tomada 12 V tipo isqueiro, descanso central, alarme e ponteira de escape especial completam o amplo pacote de acessórios disponíveis para o modelo.




Primas por parte de motor

Duas motos e um maxiscooter dividem o mesmo conjunto técnico e o "meio motor de Fit 1.4"



Aproveitando o mesmo motor, os técnicos da Honda criaram três modelos que, em comum, têm quadro, depósito, filtro de ar, escape, radiador, rodas, disco de freio e farol. Semelhanças técnicas que se prolongam ao motor, diferenciado tão somente por mapas de injeção adaptados a cada modelo. Partilha que permitiu baixar o preço final das NC 700X e S, bem como do scooter Integra, de conceitos tão diferenciados quanto o design de cada proposta. A naked NC 700S chega ao mercado brasileiro ainda em 2012 com preço de cerca de 25 000 reais, enquanto a Integra deverá estar disponível por cerca de 30 000 reais na versão dotada de ABS, caixa automática DCT e top case.


Projeto Cabeça
Finalmente o espaço do combustível ganha destino mais nobre e útil



O espaço tradicionalmente destinado ao tanque de combustível permite guardar um capacete integral ou uma pasta de computador, aumentando a polivalência urbana da New Concept. Inovação com acesso prático, aberto com a chave de ignição na mesma fechadura que levanta o banco posterior para acesso ao bocal de abastecimento.


TOCADA
Extremamente fácil e versátil. Moto polivalente, que serve tanto para viajar quanto para trabalho e lazer sem o mínimo esforço do piloto.
★★★★★

DIA A DIA
Excelente! Nessa condição, lembra um pouco a saudosa CB 500, mas muito mais confortável e com arco de rotações bem mais homogêneo.
★★★★★

ESTILO
Segundo a Honda, é uma on/off, mas não tem nada de off na prática. Uns gostam, outros nem tanto.
★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO
Não é tão potente, mas é extremamente eficaz e confiável. Suficientemente forte para viajar e supereconômico. Quanto ao câmbio, a versão DCT é um primor da engenharia.
★★★★★

SEGURANÇA

Ela não precisa de pinças radiais nem de discos de freio gigantes. Se tiver alguma dúvida, opte pela versão com ABS.
★★★★

MERCADO
Se a política da Honda Brasil para a NC for a mesma adotada para a CB 1000R, ela tem potencial para ser a moto acima de 600 cc mais vendida do país.
★★★★

Motor

2 cilindros paralelos / 8V SOHC / 670 cc / refrigeração a líquido

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica digitaPartida: elétrica

Diâmetro x curso (mm): 73 x 80

Taxa de compressão: 10,7:1

Potência (cv a rpm): 47,6 a 6 250

Torque (mkgf a rpm): 6,3 a 4 750

Câmbio


6 marchas com transmissão final por corrente

Chassi

Quadro: tubular de aço tipo diamond

Suspensão


Dianteira: telescópica convencional de 41 mm de diâmetro e 153,5 mm de curso

Traseira: monoamortecedor Pro-Link e 150 mm de curso

Freios


Dianteiro: 1 disco flutuante de 320 mm de diâmetro e pinças de 3 pistões na versão com ABS

Traseiro: disco simples com 240 mm de diâmetro e pinça de pistão simples opostos

Pneus


Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 160/60-17

Dimensões


Comprimento (cm) 221,0

Altura/largura (cm) 128 / 83

Entre-eixos (cm) 154,0

Peso (kg) 218 (em ordem de marcha)

Vão-livre (cm) 16,5

Altura do assento (cm) 83

Tanque (l) 14

Dafra Roadwin 250R

Dafra Roadwin 250R Foto: Christian Castanho Dafra Roadwin 250R

A Roadwin 250R foi apresentada ao público no último Salão Duas Rodas, no fim do ano passado, mas apenas agora ela foi efetivamente lançada e pudemos levá-la ao limite, em um circuito fechado. Ela é o primeiro fruto da recente parceria da Dafra com a Daelim, fabricante sul-coreana que já teve uma breve passagem pelo país há alguns anos.

Com carenagem integral de bom desenho e preço de 12 490 reais, a Dafra Roadwin vem apimentar o caldo em que já fervem as também carenadas Kawasaki Ninja 250R (15 500 reais) e Kasinski Comet GT-R 250 (também coreana, de 13 990 reais) e que sera engrossado com a chegada, confirmada para abril, da Honda CBR 250R, com preço estimado de 14 200 reais.

Com motor monocilíndrico de 247 cc, OHC, refrigerado a água e capaz de render 24 cv de potência máxima a 9 000 rpm e 1,8 mkgf a 7 000 rpm de torque máximo, a Roadwin já está nas concessionárias. Muito em breve, terá a companhia da Next 250, a versão street, descarenada, dessa Roadwin.

Primeiro contato


Com visual agradável, ela surpreende pelo bom acabamento geral, principalmente nas carenagens, que se encaixam perfeitamente, sem vibrações excessivas e sem deixar fios expostos. O design lembra o das primeiras superesportivas japonesas de 600 cc, em especial a antiga Honda CBR 600RR.

A carenagem integral protege bem o farol duplo e uma falsa boca de captação de ar entre eles. A bolha para-brisa tem excelente qualidade e, mesmo requerendo um pouco de força nas costas, é capaz de proteger o piloto sem muita dificuldade. O painel é bonito e completo, com conta-giros analógico e as demais informações agrupadas em um visor LCD, caso do velocímetro e do marcador de combustível.

Apesar do visual de pista, a posição de pilotagem não tem nada de verdadeiramente esportiva: chega a contradizer a proposta, de tão confortável que é. Os semiguidões são altos e as pedaleiras, com borrachinhas, não são muito recuadas. Chama atenção o cavalete central, item raro em uma moto totalmente carenada.

Assim que o motor é acionado, percebe- se de imediato uma grande evolução entre esse projeto, mais moderno, alimentado por injeção eletrônica e dotado de refrigeração líquida, e os mais antigos com 250 cc, refrigerados a ar. Não há vibrações ou ruídos internos inesperados. Longe disso, a Roadwin é bastante silenciosa e mostra uma resposta ao acelerador suave e progressiva. O manete de embreagem é leve e a primeira marcha entra fácil e sem trancos. Em movimento, o câmbio se mostra bem sincronizado, apesar de uma considerável queda de giros nas trocas de marchas. Mesmo levando as rotações até 11 000 rpm - quando começa a faixa vermelha do conta-giros -, há uma queda de mais de 3 000 rpm nas trocas, por mais que o piloto seja rápido no comando. Para a proposta de maior esportividade, o escalonamento das marchas poderia ser mais justo, com degraus mais curtos e relações mais próximas entre si.

Dentro da pista, um circuito excelente em curvas, mas de retas muito curtas, o velocímetro marcou 120 km/h, apesar da leve subida. A Dafra declara 130 km/h de velocidade final para o modelo, o que parece coerente com o que obtivemos.

O maior atrativo da Roadwin, além do design da carenagem e do porte de moto maior, é a ciclística bem acertada e equilibrada. Diferentemente da versão comercializada no mercado asiático e exportada para alguns países europeus, a Roadwin montada em Manaus ganhou pneus Pirelli Sport Demon e ajustes nas suspensões, pastilhas e relação de transmissão final nacionais. Com dois discos de freio flutuantes na frente e um quadro de dupla trave superior de aço (curiosamente com berço duplo), ela é maneável, leve e precisa. Confortável pela posição e pela falta de vibração, a Roadwin é uma delícia de pilotar, apesar do vigor moderado do motor.

A despeito do visual, essa Dafra não é esportiva pura, o que não quer dizer que não seja agradável e adequada ao preço de 12 490 reais. Com opções nas cores vermelha e branca, a Roadwin tem sim potencial para realizar as manifestas intenções da Dafra: amealhar gradualmente uma fatia cada vez mais apetitosa do mercado.


TOCADA

Firme e confortável. Não é 100% esportiva, mas é fácil e precisa mesmo no limite de inclinação.
★★★★

DIA A DIA

Apesar da carenagem, ela encara com graça os desafios diários. Suspensões macias e potência progressive garantem vida tranquila no trânsito.
★★★★

ESTILO

Agradável, sem ser radical nem futurista. Mas é encorpada, parecendo ter muito mais que suas 247 cc.
★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

Não é o mais potente da categoria, mas é silencioso e não vibra demais. O câmbio surpreendeu pela suavidade.
★★★★

SEGURANÇA

Apenas um disco de freio na frente já seria suficiente, mas ela traz dois, além de excelentes pneus. Para em espaços bem curtos, sem desvios.
★★★★

MERCADO

Com a chegada da Honda CBR 250R, talvez seu destino seja o de coadjuvante, mas o preço é atrativo pelo que oferece.
★★★★

H-D XR1200X


H-D XR1200X Foto: Marco de Bari H-D XR1200X

Uma Harley-Davidson que não é custom? Essa é a primeira coisa difícil de assimilar a respeito da XR1200X - ela destoa tanto do resto da família que parece ser a última herdeira da rebeldia que a marca norteamericana encarna tão bem, agora apenas como ícone.

A segunda característica que a isola da família Harley-Davidson é que ela é simplesmente esportiva: a única motocicleta da marca americana à venda no Brasil capaz de instigar a busca de novos limites em desempenho e estabilidade.

Se você é um daqueles tarados capazes de fazer curvas em contraesterço acentuado - quero dizer, com a roda dianteira apontando para fora da curva - e com a roda traseira girando bem mais do que tracionando, essa é sua Harley, a única delas. E sim, essa é a maneira usual de traçar curvas nas pistas ovais de flat track ou dirt track (aquela modalidade com motos de rodas dianteiras de bicicleta, ou quase...), competições muito populares nos EUA. A versão mais tradicional de competições da XR tem 750 cc.

A Harley-Davidson XR1200X tem muito dessa genética das pistas - para o bem e para o mal. Seu motor V2, da família Sportster, prefere rotações um pouco mais altas (mas não muito), quase um contrassenso para a marca. Sobe de giro com disposição e rapidez, mostrando energia rara: o torque máximo é de um pouquinho mais de 10 "quilos" a 3 700 rpm. A marca continua a não divulgar a potência maxima de nenhum de seus motores, sabese lá por quê. Jornalistas, em geral, detestam informações ocultas.

O nascimento em uma manjedoura de graxa nos boxes de autódromos ovais, às vezes improvisados, também é visível no acabamento, no mínimo menos caprichado que o tradicionalmente encontrado nas grandes e luxuosas custom da marca. Não que a espetacular pintura preto fosco não seja esmerada ou que as peças e componentes não sejam de primeira, nada disso. Mas há um ar de moto de pista nos cabos e fios aparentes, passando visíveis aqui e ali, ou nos plásticos rígidos que delimitam o encontro entre a caixa do filtro de ar (bonita, com uma tomada telada no lado direito) e o banco. As peças plásticas revelam aquele típico acabamento bem rústico e afiado na emenda - alguém aí tem um carro popular?

O suporte das ponteiras paralelas superpostas, ao estilo shotgun (espingarda de cartucho), é uma haste metálica preta que parece saída da bancada de um preparador criativo. O cabo da embreagem aparece solto. Passando pela frente do motor, dá a impressão de que foi esquecido. A haste de acionamento do câmbio destoa na frente da tampa do motor (serve para recuar a pedaleira para uma posição digna de uma cafe racer, pelo menos). Finalmente, a posição da trava do guidão, que obriga o motociclista a um estreito malabarismo com a chave, são exemplos de soluções que parecem mesmo de uma moto de pista. Vale ressaltar que esses detalhes emprestam à moto um charme de box de preparação - e que nenhum deles chega perto de comprometer a segurança ou a graça de pilotagem.

Por outro lado, são gratíssimas surpresas a suspensão dianteira invertida e multirregulável, as rodas de liga de três raios duplos, os pneus largos de perfil baixo com desenho muito parecido com o dos pneus que equipam as superesportivas ou os dois amortecedores traseiros com reservatório de gás externo. Antes de serem components esportivos - e são -, são excelentes sob qualquer ótica.

O motor V2 tem um ronco abafado por dois enormes escapes, tudo muito escuro, quero dizer, preto fosco. Os aros das rodas receberam uma fita circular vermelha que valoriza ainda mais o visual da danada.

O farol é diminuto, assim como o painel assimétrico, que traz as informações básicas, com um conta-giros analógico redondo dotado de um pequeno visor interno de LCD que incorpora o relógio, o hodômetro total e dois parciais. Ao lado, o velocímetro digital: as demais informações são fornecidas através de luzes-espia.

Ergonomia

A posição de pilotagem é singular. Apesar de os braços ficarem estendidos à frente e de o guidão ser bem largo como nas motos trail, o posicionamento mais recuado das pedaleiras e o tanque de combustível estreito ajudam enormemente na tocada mais esportiva. Francamente, a posição é deliciosa. Na moto que nos foi cedida para teste, foi necessário afrouxar e baixar ligeiramente o guidão. Na posição original com que veio de fábrica, causava cansaço prematuro nos braços dos dois motociclistas que a pilotaram. Ambos de mesma estatura: 1,80 metro. O banco alto - a 79,5 cm do chão - ajuda a passar a impressão de que a XR1200X deve ser pilotada como uma supermoto.

Na Harley-Davidson XR1200X, senta-se bem à frente no banco, apertando o tanque com os joelhos. A caixa de filtro de ar incomoda um pouco o joelho direito, especialmente em permanencies prolongadas. O manete de embreagem - acionado por cabo - e o pedal de câmbio são muito duros e exigem força para seu acionamento, característica das motos de Milwaukee, direcionadas a seu público de Barbados trajando aqueles coletes de couro que deixam os braços de fora. Bom, pelo menos na Califórnia...

Dinâmica


O motor de dois cilindros a 45 graus desloca 1 202 cc. É refrigerado a ar e vibra muito, outra característica das motos Harley realçada pela agressividade dessa máquina. A X não está tanto aí para o conforto, mas quer estar pronta para a briga. Esse motor é conhecido, entre os apaixonados, por Evolution ou Blockhead - algo como "cabeça de bloco", em tradução livre e literal -, nome que faz menção ao cabeçote, uma peça usinada a partir de um bloco de alumínio, que não nega suas origens. Uma das características do Evolution é que os cilindros e as tampas laterais do motor também são de liga leve, o que ajudou a reduzir o peso do trem de força. Um radiador de óleo ajuda no arrefecimento.

O motor sobe de giro linearmente e bastante rápido para um V2 comandado por varetas - e até por isso é um projeto que não sobe além das 7 000 rpm, quando começa a faixa vermelha do conta-giros e ocorre o corte da ignição. Seu barulho é abafado por dois escapes compridos, que deixam o som grave potencializado pelo barulho do filtro de ar na admissão. Bem interessante - e instigante.

A ciclística da XR1200X é totalmente diferente das custom da marca. Para começar, a suspensão invertida na dianteira, com bengalas de 43 mm, e a traseira, com dois amortecedores a gás - ambas da japonesa Showa -, são totalmente reguláveis e copiam bem as ondulações do asfalto. É certo que transmitem um pouco de seu trabalho para o corpo do motociclista, mas o sacrifício do conforto vai em prol da estabilidade e agilidade. Calçada com os novos pneus Michelin - que ultimamente passaram a equipar alguns modelos da Harley -, a moto transmite segurança e permite ótimo ângulo de inclinação. Ela exige um pouco de força do piloto para colocála na trajetória em entradas de curva, e as razões são simples: o longo entreeixos (151,5 cm), o ângulo de caster de 28,9 graus e a roda aro 18 na dianteira. Só que, uma vez colocada na trajetória, percorre o raio da curva sem crise e com muito apetite.

Os freios também são virtuosos: dois discos de 292 mm com pinças de quarto pistões na dianteira e um disco na traseira, de 260 mm e pistão único, dão conta do recado com firmeza.

Se você é "harleyro" e está acostumado com as poderosas, mas civilizadas, custom da marca, vai se surpreender. Se, ao contrário, pretende estrear na marca (uma das mais famosas do mundo) pela XR1200X, nunca mais vai se acostumar a outra Harley. A XR é a ovelha negra da família.


TOCADA

Imagine uma Harley-Davidson em que você possa abusar nas curvas e inclinar muito: dá prazer, apesar do nível exagerado de vibração do motor.
★★★

DIA A DIA
Para uso diário, seu comprimento atrapalha para andar entre os carros, mas o maior inconveniente é o calor emanado pelo motor no tráfego pesado.
★★★

ESTILO
Tem de sobra, e a tecnologia mecânica salta aos olhos: bengalas invertidas, amortecedores a gás, o preto fosco... Harley é isso.
★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

O V2 a 45 graus vibra bastante. Câmbio e embreagem são duros também, mas prometem durar 100 anos.
★★★

SEGURANÇA
Apesar do comprimento e peso, boas suspensões, freios e pneus garantem segurança na tocada esportiva e no contorno de curvas.
★★★★

MERCADO

O preço é sugestivo. A moto busca motociclistas de outras tribos. Mesmo assim, ainda é rara nas ruas.
★★★


Motor

2 cilindros em V a 45 graus / 8 válvulas comandadas por varetas / 1 202 cc / refrigeração a ar com radiador de oleo

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâmetro x curso (mm): 88,9 x 96,8

Taxa de compressão: 10:1

Potência (cv a rpm): n/d

Torque (mkgf a rpm): 10,2 a 3 700

Câmbio
5 marchas, transmissão final por correia dentada

Chassi

Quadro: berço duplo tubular de aço

Suspensão


Dianteira: invertida Showa com barras de 43 mm, ajustável
Traseira: dois amortecedores a gás ajustáveis Showa

Freios

Dianteiro: disco duplo flutuante de 292 mm com pinça de quatro pistões

Traseiro: disco simples flutuante de 260 mm com pinça de pistão único

Pneus


Dianteiro: 120/70-18

Traseiro: 180/55-17

Dimensões

Comprimento (cm) 222,5

Altura/largura (cm) n/d

Entre-eixos (cm) 151,5

Peso a seco (kg) 250

Vão-livre (cm) 15

Altura do assento (cm) 79,5

Tanque (l) 13,3

Desempenho

0-100 km/h (s) 5,9

0-200 km/h (s) n/d

0-400 m (s/km/h) n/d

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 3,3

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 3,9

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 4,6

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 6,0

Máxima na pista de testes (km/h) n/d

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 97

Consumo esportivo (km/l) n/d

Consumo econômico (km/l) n/d

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

BMW K 1600 GTL



Motor
6 cilindros em linha / 24V DOHC / 1 649 cc / refrigeração a líquido

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica digital

Partida: elétrica

Diâmetro x curso (mm): 72 x 67,5

Taxa de compressão: 12,2:1

Potência (cv a rpm): 160 a 7 750

Torque (mkgf a rpm): 17,8 a 5 250

Câmbio


6 marchas com transmissão final por cardã

Chassi


Quadro: dupla trave de alumínio

Suspensão

Dianteira: BMW Motorrad Duolever com regulagem eletrônica de compressão da mola e 125 mm de curso

Traseira: BMW Motorrad Paralever com regulagem eletrônica de compressão da mola e 135 mm de curso

Freios

Dianteiro: 2 discos flutuantes de 320 mm de diâmetro e pinças de 4 pistões opostos

Traseiro: disco simples com 320 mm de diâmetro e pinça de 4 pistões opostos

Pneus

Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 190/55-17

Dimensões


Comprimento (cm) 248,9

Altura/largura (cm) 146,5 / 100

Entre-eixos (cm) 168,0

Peso (kg) 348 (em ordem de marcha)

Vão-livre (cm) 14

Altura do assento (cm) 75

Tanque (l) 26,5

Desempenho

0-100 km/h (s) 3,9

0-200 km/h (s) 7,8

0-1000 m (s/km/h) 24 / 190,4

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 1,7

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 3,0

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 3,2

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 3,2

Máxima na pista de testes (km/h) n/d

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 100,0

Consumo esportivo (km/l) 12,5

Consumo econômico (km/l) 22,0


BMW K 1600 GTL Foto: Marco de Bari BMW K 1600 GTL

Segurança, estabilidade e conforto. Tudo o que uma mulher sonha para o casamento e um homem sonha encontrar numa máquina (ok, só piada. Calma, meu bem...), a BMW K 1600 GTL oferece de sobra. A versão totalmente equipada das novas K 1600 é um primor de tecnologia, desempenho e luxo. É um partidaço, mas só para quem dispõe de 109 000 reais, o valor do dote. É um bocado de grana, mas ela faz valer cada centavo.

Embora também produza motos médias (de 450 e 650 cc), a alemã BMW é reconhecida mundialmente como fabricante de motos grandes. A fábrica de motores da Bavária produz em Berlim algumas das mais ousadas motocicletas do planeta. Certamente são as máquinas de produção industrial seriada mais arrojadas em design de chassi e suspensões. Os criativos sistemas de suspensão Duolever (dianteiro, ao estilo duplo A) e Paralever (paralelogramo deformável) são exclusivos.

Depois de conquistar corações e mentes com a saga das aventureiras GS e, recentemente, com a velocíssima superbike S, estava na hora de a BMW mostrar sua notável capacidade tecnológica também nas touring de longo alcance - segmento que já pertenceu à marca alemã e hoje é dominado pela Honda Gold Wing e pela Harley Davidson Ultra (esta nos EUA), embora disputado por quase todos os principais fabricantes europeus e japoneses.

A GT (sigla de Gran Turismo, em italiano) incorpora sistema de navegação por satélite, grande capacidade de carga em malas impermeáveis e chiques, som de alta qualidade, controle de tração, suspensões reguláveis eletronicamente, para-brisa regulável, farol de xenônio, tem autonomia de camelo, é superpotente e, contra todas as previsões que a primeira vista inspira, bastante fácil de pilotar.

O desafio da revolucionária engenharia bávara foi resolver a equação de como fazer uma moto de 348 kg (com tanque cheio) ágil e estável. A resposta é a K 1600 GTL, gigante com 26,5 litros de capacidade no tanque de combustível, 2,48 metros de comprimento e nada menos que seis cilindros em linha - nada de ficar por baixo da imensa Honda Gold Wing, ora!

A moto é extremamente eficiente sob o ponto de vista dinâmico e incorpora o luxo que a simples menção da marca inspira. Manoplas e bancos aquecidos, computador de bordo, checagem de pressão dos pneus no painel, possibilidade de escolher entre três mapas de gerenciamento eletrônico do motor, além de múltiplas escolhas de caráter das suspensões, são mimos incluídos no pacote. O bônus é que, com tudo isso em cima, ela ainda é capaz de acelerar e fazer curvas quase como uma superesportiva.

Pasme: com seis cilindros alinhados, transversais, 24 válvulas e 160 cv, a K 1600 GTL é surpreendentemente suave e fácil de pilotar em baixos giros e solta a fera esportiva em altos regimes. Com 17,8 mkgf de torque máximo disponíveis a míseros 5 250 rpm e acelerador ride by wire, a potência despejada na roda é sempre a mais eficiente possível, calculada a partir dos parâmetros fornecidos por múltiplos sensors espalhados na moto - e o controle de tração não deixa que nem um pouquinho dela seja desperdiçada.

Não importa se você está a 40 km/h vislumbrando a orla ou singrando o asfalto com a ousadia de um capitão italiano de longo curso. Sim, mesmo pesando 348 kg em ordem de marcha (e com peso máximo admissível de 560 kg, o que resulta em uma capacidade maxima de carga de 212 kg), o seis-cilindros de 160 cv é capaz de fazer a GTL ultrapassar com facilidade os 220 km/h. Aliás, é preciso prestar atenção ao velocímetro, pois não é fácil perceber a velocidade subir. A total falta de vibração e eficiente aerodinâmica escondem a sensação de alta velocidade. Se o sistema de som estiver ligado, então... Acredite, a 160 km/h e com o capacete fechado, é possível ouvir o som com clareza. Não quer rádio? Tudo bem, do lado direito da carenagem há um porta-luvas com entradas USB e auxiliar, para você conectar seu MP3.

Em ação


No comparativo entre a BMW K 1600 GT e a Honda GL 1800 Gold Wing, ambas de seis cilindros, publicado na edição 622-A, a GT saiu com a vitória, mas sob a ressalva de que teria sido mais justa uma comparação da Gold Wing com a versão GTL. As diferenças são poucas, mas contam pontos e vão exatamente na direção da moto da Honda. Além do top case com encosto para o acompanhante, o sistema de som também é de série na GTL, ao contrário do que acontece na GT. Naquele comparativo, afirmamos que a posição de pilotagem era mais confortável na moto da Honda, pois ela tinha banco mais baixo e guidão mais prolongado, de forma a deixar o piloto posicionado quase como numa poltrona. E é exatamente nesse ponto que mora a principal diferença entre a GT e a GTL. Além do guidão mais comprido, o banco da GTL é 6 cm mais baixo e as pedaleiras são mais avançadas. A poltrona que a GT precisava para vencer a Gold Wing em conforto está aqui na GTL.

Com todo esse conforto, faltava ser econômica. Bom, não chega a ser uma cub, mas com tanque de 26,5 litros e fazendo a boa média de 17 km/l de gasolina, a GTL é capaz de percorrer mais de 400 km sem reabastecimento. Esses números de consumo foram obtidos apenas com o piloto e dentro dos limites de velocidade permitidos. Com os portentosos 560 kg de peso máximo admissível e as seis bocas escancaradas pedindo comida, esse consumo pode cair para 12 km/l, o que também não é ruim, considerando a massa geral.

No molhado, nada de pânico, o sistema ABS dá conta do recado e o modo Rain do gerenciamento eletrônico faz as rotações subirem mais lentamente, além de manter o controle de tração sempre ligado. Os bons pneus Metzeler Roadtec garantem bom escoamento e trabalham na temperatura ideal para não assustar o motociclista.

O que mais chama atenção na K 1600 GTL não são os recursos eletrônicos de conforto, mas a incrível neutralidade do conjunto em curvas. O chassi de alumínio com dupla trave superior incorpora o motor de seis cilindros em linha bem inclinados à frente, não deixando a moto parecer larga entre as pernas e permitindo excelente centralização de massas. Quer tocar forte? Basta selecionar a opção de suspensão Sport apenas para o piloto. Se, ao contrário, preferir levar suave sem carregar demais a traseira, basta selecionar a opção Comfort para dois passageiros mais bagagem. Pronto: você é capaz de equilibrar a moto na mão esquerda, sem a necessidade de ferramentas.

Para poucos


Gosto de acreditar que quem realmente é louco por moto não se importa muito com vento no peito, ausência de som (uma raridade em motos), aquecedores de manoplas e outras tantas frescurinhas a mais. O que realmente valorize a originalidade da engenharia alemã aplicada na K 1600 GTL é a surpreendente e quase incrível capacidade de aceleração - e a emoção de fazer curvas equilibradas com uma moto tão grande e pesada.

O som emitido pelo sistema de escape de seis saídas deixa bem claro que os projetistas da marca não abandonaram a esportividade, mesmo nessa que é a mais luxuosa das motos atuais. Cada um com suas preferências, mas em termos de sonoridade do motor, quanto mais cilindros, melhor.

O único defeito que uma K 1600 GTL pode ter é que vivemos em uma nação onde há poucas estradas capazes de corresponder a tanta tecnologia. Diferentemente do motociclista europeu, que sai de casa e atravessa cinco países sobre ótimo asfalto para assistir a uma prova de MotoGP, viajar 1 000 km por aqui com uma GTL pode ser uma aventura incompatível com a primeira classe que a moto sugere.


TOCADA

Surpreendentemente ágil e estável. O banco baixo e o grande torque em baixa favorecem os baixinhos em manobras.
★★★★★

DIA A DIA

Sem sombra de dúvidas não nasceu para isso. Nem o grande volume geral nem o preço colaboram.
-

ESTILO

Qualquer semelhança com uma nave especial ou um navio de cruzeiro não foi involuntária. Chama atenção onde quer que esteja.
★★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

Impressionante como a BMW sabe fazer seis cilindros em linha sem vibrações e cheios de potência. O câmbio é macio quando a moto está em movimento, mas o engate da primeira marcha é barulhento.
★★★★

SEGURANÇA

Com ABS, controle de tração, diferentes modos de gerenciamento e de ajustes de suspensões, só resta ela pilotar sozinha.
★★★★★

MERCADO

Não tem pretensões de vender milhares de unidades. O preço e a qualidade de nossas estradas jogam contra.
★★★

Vulcan 900 Custom


Motor

V2 / 8V OHC / 903 cc / refrigeração a água

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâmetro/curso (mm): 88 x 74,2

Taxa de compressão: 9,5:1

Potência (cv a rpm): 50 a 5 700

Torque (mkgf a rpm): 8 a 3700

Câmbio

5 marchas, transmissão final por correia

Chassi


Quadro: dupla trave tubular de aço

Suspensão

Dianteira: garfo telescópico de 41 mm de diâmetro e 150 mm de curso

Traseira: balança monoamortecida com links (Uni-Track), pré-carga da mola regulável e 100 mm de curso

Freios

Dianteiro: disco de 300 mm e pinça de 2 pistões

Traseiro: disco de 270 mm e pinça de 2 pistões

Pneus

Dianteiro: 80/90-21

Traseiro: 180/70-15

Dimensões

Comprimento (cm) 240,5

Altura/largura (cm) 106,5 / 100,5

Entre-eixos (cm) 165

Peso (kg em ordem de marcha) 278

Vão-livre (cm) 14

Altura do assento (cm) 68,5

Tanque (l) 20

Desempenho


0-100 km/h (s) 8

0-200 km/h (s) n/d

0-1 000 m (s / km/h) 31,2 / 148,3

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 5

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 5,4

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 7,6

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 10,6

Máxima na pista de testes (km/h) 147,5

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 98

Consumo esportivo (km/l) 16,7

Consumo econômico (km/l) 22,3

VT 750 Shadow


Motor

V2 a 52º / 6V OHC / 745 cc / refrigeração líquida

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâmetro/curso (mm): 79 x 76

Taxa de compressão: 9,6:1

Potência (cv a rpm): 45,5 a 5 500

Torque (mkgf a rpm): 6,5 a 3 500

Câmbio

5 marchas, transmissão final por cardã

Chassi


Quadro: berço duplo tubular de aço

Suspensão


Dianteira: garfo telescópico com 117 mm de curso

Traseira: bichoque com amortecedores reguláveis em pré-carga de mola com 90 mm de curso

Freios

Dianteiro: disco de 296 mm e pinça de 3 pistões (um só para o C-ABS)

Traseiro: disco de 276 mm e pinça de 2 pistões

Pneus


Dianteiro: 90/90-21

Traseiro: 160/80-15

Dimensões

Comprimento (cm) 243

Altura/largura (cm) 112,5 / 83,5

Entre-eixos (cm) 165,5

Peso (kg) 235

Vão-livre (cm) 13

Altura do assento (cm) 65

Tanque (l) 14,6

Desempenho

0-100 km/h (s) 8,1

0-200 km/h (s) n/d

0-1000 m (s / km/h) 32,1 / 150

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 5,2

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 4,5

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 6,6

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 7,7

Máxima na pista de testes (km/h) 157

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 97

Consumo esportivo (km/l) 16,9

Consumo econômico (km/l) 21,7

Suzuki Boulevard M1500R

Suzuki Boulevard M1500R Foto: Christian Castanho Suzuki Boulevard M1500R

A Suzuki reformulou no ano passado sua big custom Boulevard M1500R, ao estilo muscle bike, sem a menor sugestão saudosista.

O pequeno farol em formato de escudo e meio inclinado para trás, em direção ao painel, é o primeiro element visual de destaque.

As suspensões são duras. Se favorecem a estabilidade em alta velocidade, também transmitem boa parte dos impactos para as costas.

O motor V-Twin a 45 graus refrigerado a água gera 80 cv a 4 800 rpm. Os 12,8 "quilos" de torque são generosos e dão uma boa sensação, já que o empuxo máximo está disponível a meros 2 700 giros. Ele empurra rápido assim que se aciona o punho direito. Seus 328 kg não permitem grandes arroubos de esportividade, mas a moto é bem forte para a proposta. O nível de vibração não é dos maiores para a engenharia em V fechado do motor, ainda mais com os pistões de curso maior que o diâmetro.

A ciclística é boa, bastante rígida, reforçando a estabilidade. Os pneus esportivos e de perfil baixo ajudam nas curvas, mas o entre-eixos longo faz as pedaleiras adiantadas rasparem a toda hora, limitando o ângulo de inclinação.

Os freios estão bem dimensionados: dois discos e pinças de dois pistões, na dianteira, e disco simples de dois pistões, na traseira. Sempre é bom ter cuidado e os 328 kg precisam de atenção para serem contidos, principalmente nas frenagens de emergência.

A Boulevard M1500R é uma custom japonesa de excelente relação entre custo e benefício. O preço sugerido de 41 900 reais também está bem adequado. Nessa faixa de cilindrada, suas principais concorrentes diretas são as tradicionais Harley-Davidson.




VEREDICTO


Uma custom de design moderno e apelo esportivo. Além do visual original, tem preço atraente e bom desempenho.



Muito brilho em cromados de alta qualidade (esq.) | Painel sem conta-giros, mas bem situado (dir.)

Kawasaki Concours 14



Motor

4 cilindros em linha / 16V DOHC / 1 352 cc / refrigeração a líquido

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica digital

Partida: elétrica

Diâmetro x curso (mm): 84 x 61

Taxa de compressão: 10,7:1

Potência (cv a rpm): 155 a 8 800

Torque (mkgf a rpm): 14,1 a 6 200

Câmbio


6 marchas com transmissão final por cardã

Chassi

Quadro: monocoque de alumínio

Suspensão

Dianteira: telescópica invertida de 43 mm com regulagens de compressão e pré-carga da mola e 113 mm de curso

Traseira: Uni-Track monoamortecedor a gás com regulagens de retorno, compressão e pré-carga da mola e 136 mm de curso

Freios

Dianteiro: 2 discos flutuantes de 310 mm de diâmetro e pinças radiais de 4 pistões opostos

Traseiro: disco simples com 270 mm de diâmetro e pinça de 2 pistões opostos

Pneus

Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 190/50-17

Dimensões

Comprimento (cm) 223,0

Altura/largura (cm) 134,5/95

Entre-eixos (cm) 152,0

Peso (kg) 304 (em ordem de marcha)

Vão-livre (cm) 12,5

Altura do assento (cm) 81,5

Tanque (l) 22

Desempenho


0-100 km/h (s) 4,0

0-200 km/h (s) 9,5

0-1000 m (s/km/h) 21/210,4

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 1,5

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 3,0

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 3,0

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 3,5

Máxima na pista de testes (km/h) n/d

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 96,0

Consumo esportivo (km/l) 7,8

Consumo econômico (km/l) 24,0
 
Kawasaki Concours 14 Foto: Christian Castanho Kawasaki Concours 14

Há dez anos, um alemão praticamente completou a volta ao mundo com uma Yamaha YZF R1. Ele era tão maluco que, além de ter escolhido uma superesportiva para enfrentar estradas de terra e deserto, ainda realizou a façanha de macacão de couro e instalou um enorme baú na traseira para levar tudo de que iria necessitar. Levava de pneus reservas a caixa de ferramentas, com a posição de pilotagem a mais inapropriada possível. Porém, quando lhe perguntaram o porquê de ter escolhido uma superesportiva, ele respondeu com a lógica dos puros: "Porque queria ir rápido".

Ainda não existia a Kawasaki Concours 14. Essa estradeira de longo curso está longe de ser apenas uma ZX-14 com bolsas e para-brisa elevado. É uma moto diferente, projetada desde a prancheta para longas viagens, com extreme conforto e potência suficiente para acompanhar qualquer superesportiva na estrada. Uma verdadeira GT. Na Europa, ela é batizada de GTR 1400. Sim, ela faz jus à sigla GTR que a marca não adota no Brasil. Mais que isso, ela explica as três letrinhas (Gran Turismo Racing) com seu desempenho.

Equipada com um motorzão de quarto cilindros em linha de 1352 cc, DOHC, 16 válvulas, capaz de render 155 cv a 8800 rpm de potência e 14,1 mkgf a 6200 rpm de torque, a Concours 14 não apenas se difere da ZX-14 por oferecer melhores respostas em baixos e médios giros, mas também pela escolha de eixo cardã na transmissão final. A melhor resposta em baixa é mérito da adoção de um sistema de comando de válvulas variável, semelhante ao VVT do Toyota Corolla, que segundo a Kawasaki melhora a resposta do acelerador em médios giros e também a economia.

Com o confortável banco a 81,5 cm de altura, pedaleiras pouco recuadas e extensos prolongadores de guidão, a Concours permite que o piloto mantenha as costas firmemente eretas e os braços completamente relaxados. É muito mais confortável que a recémtestada Ninja 1000, uma sport touring derivada da Z1000. Não falta espuma no banco para permitir a um ossudo motociclista encarar centenas de quilômetros sem dores no traseiro.

A Concours 14 conta com para-brisa regulável eletricamente e boa capacidade de carga em duas bolsas rígidas laterais de 35 litros de volume cada uma.

Luxo extra

Como esse é o segmento das motos mais sofisticadas e caras do mercado, e a concorrência capricha para valer, a Kawasaki não economizou em electronica embarcada nem em acessórios de conforto e praticidade. A Concours 14 traz manoplas aquecidas e computador de bordo completo, que indica até a pressão dos pneus. Também está equipada com controle de tração e modern sistema de freios ABS, capaz de equilibrar as forças aplicadas no manete e no pedal. Há ainda a opção de escolher entre dois mapas de injeção que, em vez de serem usados para otimizar a performance, têm como ideia economizar combustível em cruzeiro por longos trechos. A indicação ECO no painel informa a condição de maior economia, desde que o piloto não ultrapasse os 6000 giros ou os mais que satisfatórios 160 km/h. O sistema pode ser desligado ou acionado por meio de botões no punho esquerdo.

Navegando

Uma moto com tanta tecnologia não poderia ter uma simples chave de contato. A Concours 14 possui uma grande chave fixa ao miolo, muito parecida com botões de fogão. Ela não precisa sair dali, pois a moto somente dá a partida quando um chaveiro equipado com sensor de presença está perto da moto. Sem o sensor perto da moto, nada funciona na Concours 14. Mas ela pode sim ser removida, inclusive para abrir o bocal de abastecimento, se a chave com o sensor estiver lá dentro da mochila, por exemplo.

O motor é silencioso e o câmbio, suave. Ela parece justa e compacta para a pilotagem, apesar de seus portentosos 304 kg. É leve aos comandos de pilotagem e mesmo nas frenagens.

Na cidade, há que se tomar muito cuidado com as malas laterais, pois elas são altas e largas, quase na mesma altura dos espelhos dos carros.

É na estrada que a Concours revela sua real proposta. A enorme ponteira de escape cumpre bem o papel de abafar ruídos. Em velocidade constante, não se ouve ruído algum, apenas o som do vento no capacete. Com a bolha totalmente abaixada, o peito já fica completamente protegido, mas com a bolha levantada, a situação melhora ainda mais. A diferença é tanta que o consumo instantâneo (apontado pelo computador de bordo) ganha mais de 2 km/l quando a bolha está levantada.

A 140 km/h em sexta marcha, a Concours 14 navega a apenas 4 000 rpm e o eficiente e comprovado marcador de consumo no painel indica 17 km/l. Mas a situação muda rapidamente em caso de ultrapassagem ou súbitas esticadas. Em meio a uma arrancada mais ligeira, saindo de um pedágio, ela chegou a indicar 6 km/l. O tanque tem capacidade para 22 litros e o marcador digital é ótimo: percorrer 300 km com um tanque é fácil se a tocada for sem pressa.

Quer ir rápido? Passe cola nas mãos, pois a Concours 14 é capaz de ultrapassar os 200 km/h em menos de 10 segundos e, graças à excelente aerodinâmica e boa estabilidade, você pode nem perceber tanta velocidade.

Em curvas ela também surpreende. Equipada com excelentes pneus radiais esportivos e suspensões reguláveis, tem alto grau de inclinação. Repare nas fotos que, apesar do eixo cardã do lado esquerdo, a roda não fica exposta do lado direito: há uma bonita balança de alumínio com sistema de paralelogramo deformável, para garantir a estabilidade. Na regulagem standard da suspensão (como saiu da concessionária), a traseira não acompanhou o bom apoio da roda dianteira em curvas de alta, evidenciando certo desequilíbrio. Porém, há um pomo do lado esquerdo que permite endurecer a traseira. Fiz isso e a situação melhorou, apesar de não ter ficado ainda tão rígida como uma Ninja ZX 10R, claro.

O controle de tração, batizado pela Kawasaki de KTRC (Kawasaki Traction Control), é supremo. Ele não apenas corta a ignição quando a roda patina, mas inteligentemente alivia a potência antes de a roda patinar, tudo muito rápido e quase imperceptível, do jeito que deve ser.

Já o ABS K-ACT (Kawasaki Advanced Coactive-braking Technology) permite uma pilotagem bem esportiva. Apesar de a pinça dianteira direita entrar em ação quando se aciona o freio traseiro, o sistema é modulado. Ela é uma GT e não uma superbike: foi desenvolvida para ser confortável com acompanhante e bagagens.

Com 155 cv, controle de tração, ABS, posição de pilotagem confortável, boas malas laterais, por 76 790 reais, a Concours 14 é uma excelente opção para cutucar a BMW K 1600 GT e a Honda GL 1800 Gold Wing, quase 20 000 reais mais caras.


TOCADA

Fácil e silenciosa. Surpreende pelo bom torque em baixa, mas dificulta a vida dos baixinhos.
★★★★

DIA A DIA

Não dá. Mesmo retirando as malas, os grandes espelhos não colaboram para trafegar entre os carros.
★★

ESTILO
Apesar de não levar o nome Ninja, tem a nítida imagem de uma legítima Kawasaki.
★★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

O motor é suave em baixas rotações e ao mesmo tempo agressivo se a intenção for alta performance. O câmbio é leve e bem sincronizado.
★★★★

SEGURANÇA

Com excelente sistema de controle de tração e eficiente sistema de freio ABS, segurança é um ponto alto.
★★★★★

MERCADO

Tem preço atraente frente à concorrência. Não é barata, mas é coerente com o nicho que disputa.
★★★




Comando variável

Comando de válvulas variável oferece economia e rendimento em baixa.



O motor da Concours 14 não é exatamente igual ao da Ninja ZX-14. A grande diferença é um sistema de commando de válvulas variável, que tratou de amansar os 193 cv da Ninja, atingidos em alta rotação, para deixar a Concours com menos potência (155 cv) em alta, mas com mais torque disponível em baixa, além de uma considerável economia. de combustível.