quinta-feira, 4 de setembro de 2014

HONDA XL 1000V VARADERO





    Ao sentar pela primeira vez na Honda Varadero, em meio ao trânsito pesado da cidade de São Paulo, me senti imponente. Não apenas pelo visual e design robusto da moto, que atrai muitos olhares, mas também pela segurança que ela transmite, principalmente pela potência e torque do motor.

    O banco não é tão alto, pois fica a 84.4 cm do chão (na Yamaha XT 660 fica a 86.5 cm e na BMW F 800 GS a 85 cm). O que a deixa com maior dificuldade para colocar o pé no chão em manobras e ladeiras, é a largura do banco e as pedaleiras que ficam bem na linha das pernas, obrigando ao piloto a abrí-las ainda mais quando para.
    É claro que ela não foi feita para ser pilotada por "baixinhos", e a dica é sempre a mesma: deixe a moto sempre bem na vertical, jogando “bundinha pra cá”, ‘bundinha prá lá” em cada parada de sinal, observando o lado mais alto da pista.


    Fui direto para a Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, com muitos caminhões, serra em mão dupla e grandes retas.
    E mesmo em meio aos caminhões, a impressão de segurança continuou, pois os largos pneus de uso misto com aro 19” na dianteira e 17” na traseira, montados nas rodas de liga leve, absorvem bem as pancadas nos buracos. A suspensão dianteira com garfo telescópio e a traseira do tipo pro-link, estão bem calibradas para esses eventuais “imprevistos”.


    A mola é regulável e possível deixála mais mole para asfaltos ruins e curvas de baixa velocidade. Mas com peso na garupa, é aconselhável deixá-la mais dura para não pular muito.


    Vazia, ela pesa 257 Kg. Somando combustível, óleo e água, chega a quase 300 Kg.





    Quanto mais acelerava, mais confortável me sentia em guiá-la; e onde a Varadero se saiu melhor, foi nas curvas de alta velocidade, inclusive do autódromo de Curitiba, onde a entrada da reta é feita a 130 Km/h.

    A noite caiu, e junto com ela, a chuva. Ela se saiu muito bem no asfalto molhado, não passando nenhuma insegurança, nem nas frenagens. E os faróis iluminam perfeitamente não só à frente, mas também em uma angulação aberta em que é possível enxergar a lateral da pista e prováveis animais.

    Os excelentes retrovisores ajudam a ter uma ampla visão 360°.

    Importada da Espanha como uma Grand Touring ou Big Touring ou Big Trail ou Max Trail (seja lá qual foi o nome), a Varadero XL 1000V vem com o objetivo de agradar ao público estradeiro, e isso ela faz muito bem.

    O tanque de combustível com 25 litros a dá uma autonomia de até 400 Km se você andar tranquilo. Abusando de seu torque, o consumo cai de 18 para 12 Km/l, o que considero ainda bom para o porte dela.

    A relação de marchas é bastante longa. É possível rodar até 40 Km/h ainda em primeira marcha. Para andar em estacionamentos ou entre os carros, no corredor, sequer é preciso passar a segunda. A sexta, só mesmo para economia de combustível, pois se alcança a velocidade máxima em 5ª.



    A potência de 93.8 cavalos e o torque máximo de 9.99 Kgf da Varadero estão em uma faixa baixa de giro: 7.500 e 6.000 rpm, respectivamente, o que a faz vibrar pouco, mesmo com suas 996 cilindradas distribuídas em 2 cilindros em “V”.

    Dentro do Autódromo de Curitiba, pude abusar um pouco mais dela, e a velocidade alcançada foi de 210 Km/h. O motor tem limitador de giro, e corta a 8700 rpm. Mas é suficiente para chegar a 110 Km/h em 2ª marcha, 130 em 3ª, e por aí vai... A aceleração de 0 a 100 km/h ficou em 3,2 segundos.

    O painel fica em excelente posição, de forma que não é preciso abaixar a cabeça para conferir giro, velocidade e consumo médio mostrado pelo computador de bordo. Eu sinto falta de um marcador de combustível mecânico/analógico que me dê certeza de quanto combustível tenho no tanque, independentemente da maneira que vou acelerar.

    A eficiência do parabrisas é impressionante, pois mesmo na velocidade máxima, a cabeça não mexe absolutamente nada. O protetor das manetes e das mãos ajudam a não sentir o vento.

    Os freios a disco vem com ABS e CDBS - Combined Dual Brake System - que equaliza a freada entre as rodas dianteira e traseira. Eu, particularmente, não gosto desse sistema, já que dependendo do tipo de piso, curva e velocidade, a transferência de peso da moto tem que ser distribuída diferentemente. Mas para pilotos sem habilidade, é um excelente auxiliar.

    Um ponto positivo para uma estradeira, é o fácil acesso à caixa de ferramentas, caixa de fusíveis e a bateria. Ficam abaixo do banco que abre através da chave. Falando em chave, a da ignição é codificada, dificultando prováveis tentativas de roubo.

    O ronco do motor é delicioso, o que claro, é importante para viagens longas.






    O bagageiro original é bonito, mas não é prático para amarrar malas, pois não são vazados e não há como passar os tirantes. Foi difícil fixar bem minhas malas.

    Completando o visual, o escapameno duplo e os conjuntos óticos são um show e completam o design robusto. O protetor de cárter em alumínio, além de proteger o motor, ajuda no acabamento, e os 2 porta-luvas, na praticidade.

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