Robusta, econômica, simples, confiável, acessível… estas são as características mais citadas pelos proprietários da pequena Suzuki Intruder 250, comercializada no Brasil entre 1997 e 2001. Vários bons modelos de motocicleta deixaram de ser comercializados no Brasil sem uma boa justificativa e a Intruder 250 é um destes exemplos. Com uma mecânica confiável, ciclística confortável e motor robusto e econômico, a Intruder era o melhor custo-benefício entre as 250cc comercializadas entre nós. Era moto com cara de moto e com o essencial para o motociclista… sem perfumarias e “penduricalhos” para encarecer ou apresentar defeitos desnecessários. Enfim, a Intruder 250 continua sendo uma das motocicletas mais “honestas” que se pode ter.
Em termos mecânicos, a Intruder 250 pode ser considerada uma “mini Savage”: motor um cilindro, um carburador e uma vela. Sem complexidades mecânicas, o motorzinho de quatro válvulas com comando simples (OHC) é durável e robusto, dificilmente deixa o piloto na mão. O consumo médio fica na faixa dos 30 km/l. Com um tanque de 10,3 litros, tem uma boa autonomia de aproximadamente 300 km.
Estilo
O estilo não é lá o ponto forte da Intruder 250. Geralmente é classificada como custom, mas seu estilo está mais para uma motocicleta inglesa dos anos 1960. A lanterna traseira é grande e destoa do conjunto… é só trocá-la por uma mais custom que o visual geral da moto melhora muito. O pára-lamas cromados e as rodas raiadas também dão um visual retrô à motocicleta. Aliás, as rodas raiadas da 250 são muito mais “felizes” do que as de liga leve da Intruder 125. No geral não é feia, mas também não é nenhuma beldade. Oferece bastante opções de personalização.
Pilotagem & Desempenho
Pilotando, a maior virtude da Intruder 250 é o conforto, graças à suspensão de curso longo. Os freios não são seu forte, apenas são suficientes para a proposta da moto. O motor responde rápido à tocada e não decepciona até chega ao seu limite. Em termos de potência, seus 22 cv está alinhado com as concorrentes:
Suzuki Intruder 250 | Yamaha Virago 250 | Dafra Kansas 250 | Kasinski Mirage 250 | Garini GR 250 T3 | Sundown V-Blade | |
Potência | 22 cv (8.000 rpm) | 21 cv (8.000 rpm) | 21 cv (7.000 rpm) | 27 cv (10.000 rpm) | 24,1 cv (8.000 rpm) | 19,7 cv (8.000 rpm) |
Torque | 1,9 kgf cv (5.500 rpm) | 2,1 kgf (6.500 rpm) | 2,35 kgf (6.000 rpm) | 2,27 kgf (8.500 rpm) | 1,6 kgf (6.000 rpm) | 1,58 kgf (6.000 rpm) |
Com garupa, o desempenho logicamente cai um pouco. O banco relativamente largo é confortável. A altura da pedaleira está numa boa posição que não exige uma posição flexionada e cansativa. A pequena distância entre-eixos pode torná-la um pouco cansativa em longas distâncias, mas nada que um comando avançado não resolva. E então, dá para viajar com uma Intruder 250? Dá!!! Como diria um jornalista norte-americano cujo nome não me lembro: “…uma moto pequena não é desculpa para não viajar e conhecer o mundo…”.
Eu disse acima que a Intruder 250 é uma “mini Savage” em termos de robustez e simplicidade mecânica. Mas com a vantagem de ter uma manutenção mais fácil e acessível… pelo menos nas grandes cidades. O valor das peças está no patamar de qualquer outra 250 do mercado.
Herança
A Intruder 250 entrou no mercado internacional (lá conhecida como GN 250) em 1982 e foi produzida por lá até 1996. No Brasil ela foi comercializada pela J. Toledo entre 1997 e 2001. A GN 250 faz muito sucesso em mercados do leste europeu, que parece ter uma preferência pelas motos monocilíndricas como a Yamaha XT 600, Suzuki DR 800, Suzuki Savage 650 e a própria GN 250. Também é muito apreciada em mercados da América do Sul como Argentina e Chile.
Quando foi descontinuada em 1996 no exterior, a GN 250 foi substituída pela TU 250 que tem as mesmas características, mas com injeção eletrônica e visual renovado. No Brasil, a Intruder 250 simplesmente foi tirada de linha por conta de seu visual ultrapassado.
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