domingo, 14 de dezembro de 2014
Tecnologia dos pistões ovais
Durante a ausência da Honda nas pistas de motovelocidade, os motores de 2 tempos que geravam performance muito superior aos equivalentes de quatro tempos dominaram as competições. Quando a Honda decidiu retornar às competições no fim da década 70, decidiu concentrar seus esforços em sua especialidade: os motores de quatro tempos, mas para alcançar a mesma performance dos rivais de dois tempos, deveria recorrer a motores com seis ou mais cilindros, como já havia utilizado em competições durante a década de 60. O problema era que o regulamento restringia os motores a um número máximo de quatro câmaras de combustão.
Os engenheiros da Honda então bolaram uma solução curiosa: desenvolver um motor com cilindros ovais, o que na prática, era um motor com 8 cilindros em V, mas com as câmaras interligadas entre si que de qualquer forma somavam quatro câmaras de combustão. Foi um modo engenhoso da Honda driblar o regulamento: era o começo da linha NR da Honda.
A primeira peculiaridade do motor foi a adoção de duas bielas para sustentar cada um dos cilindros e um total de 32 válvulas, tudo dentro de um motor com dimensões típicas de um quatro cilindros. O desenvolvimento e testes foram difíceis, mas a Honda conseguiu atingir performance estipulada para o motor. A versão final de corrida com 500cc gerava 130 hp a 20.000 rpm. Mas isto raramente se traduzia em eficiência nas pistas o que levou a Honda a direcionar seus esforços no desenvolvimento da NS 500 de 2 tempos.
O conceito de pistões ovais continuou a ser desenvolvido na NR 750 como motocicleta de enduro. Finalmente a tecnologia chegou às ruas numa versão mais mansa. A NR foi uma das motocicletas de rua mais caras já vendidas e produzidas numa série limitada de 300 unidades numeradas que foram vendidas em 1992 com o motor desenvolvendo 125 hp a 14.000 rpm.
Apesar de não ter alcançado a eficácia necessária para combater os motores de 2 tempos rivais nas pistas, o motor com pistões ovais demonstrou a capacidade técnica e o arrojo da Honda em inovar.
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