quinta-feira, 11 de setembro de 2014

BMW K 1600 GTL



Motor
6 cilindros em linha / 24V DOHC / 1 649 cc / refrigeração a líquido

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica digital

Partida: elétrica

Diâmetro x curso (mm): 72 x 67,5

Taxa de compressão: 12,2:1

Potência (cv a rpm): 160 a 7 750

Torque (mkgf a rpm): 17,8 a 5 250

Câmbio


6 marchas com transmissão final por cardã

Chassi


Quadro: dupla trave de alumínio

Suspensão

Dianteira: BMW Motorrad Duolever com regulagem eletrônica de compressão da mola e 125 mm de curso

Traseira: BMW Motorrad Paralever com regulagem eletrônica de compressão da mola e 135 mm de curso

Freios

Dianteiro: 2 discos flutuantes de 320 mm de diâmetro e pinças de 4 pistões opostos

Traseiro: disco simples com 320 mm de diâmetro e pinça de 4 pistões opostos

Pneus

Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 190/55-17

Dimensões


Comprimento (cm) 248,9

Altura/largura (cm) 146,5 / 100

Entre-eixos (cm) 168,0

Peso (kg) 348 (em ordem de marcha)

Vão-livre (cm) 14

Altura do assento (cm) 75

Tanque (l) 26,5

Desempenho

0-100 km/h (s) 3,9

0-200 km/h (s) 7,8

0-1000 m (s/km/h) 24 / 190,4

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 1,7

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 3,0

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 3,2

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 3,2

Máxima na pista de testes (km/h) n/d

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 100,0

Consumo esportivo (km/l) 12,5

Consumo econômico (km/l) 22,0


BMW K 1600 GTL Foto: Marco de Bari BMW K 1600 GTL

Segurança, estabilidade e conforto. Tudo o que uma mulher sonha para o casamento e um homem sonha encontrar numa máquina (ok, só piada. Calma, meu bem...), a BMW K 1600 GTL oferece de sobra. A versão totalmente equipada das novas K 1600 é um primor de tecnologia, desempenho e luxo. É um partidaço, mas só para quem dispõe de 109 000 reais, o valor do dote. É um bocado de grana, mas ela faz valer cada centavo.

Embora também produza motos médias (de 450 e 650 cc), a alemã BMW é reconhecida mundialmente como fabricante de motos grandes. A fábrica de motores da Bavária produz em Berlim algumas das mais ousadas motocicletas do planeta. Certamente são as máquinas de produção industrial seriada mais arrojadas em design de chassi e suspensões. Os criativos sistemas de suspensão Duolever (dianteiro, ao estilo duplo A) e Paralever (paralelogramo deformável) são exclusivos.

Depois de conquistar corações e mentes com a saga das aventureiras GS e, recentemente, com a velocíssima superbike S, estava na hora de a BMW mostrar sua notável capacidade tecnológica também nas touring de longo alcance - segmento que já pertenceu à marca alemã e hoje é dominado pela Honda Gold Wing e pela Harley Davidson Ultra (esta nos EUA), embora disputado por quase todos os principais fabricantes europeus e japoneses.

A GT (sigla de Gran Turismo, em italiano) incorpora sistema de navegação por satélite, grande capacidade de carga em malas impermeáveis e chiques, som de alta qualidade, controle de tração, suspensões reguláveis eletronicamente, para-brisa regulável, farol de xenônio, tem autonomia de camelo, é superpotente e, contra todas as previsões que a primeira vista inspira, bastante fácil de pilotar.

O desafio da revolucionária engenharia bávara foi resolver a equação de como fazer uma moto de 348 kg (com tanque cheio) ágil e estável. A resposta é a K 1600 GTL, gigante com 26,5 litros de capacidade no tanque de combustível, 2,48 metros de comprimento e nada menos que seis cilindros em linha - nada de ficar por baixo da imensa Honda Gold Wing, ora!

A moto é extremamente eficiente sob o ponto de vista dinâmico e incorpora o luxo que a simples menção da marca inspira. Manoplas e bancos aquecidos, computador de bordo, checagem de pressão dos pneus no painel, possibilidade de escolher entre três mapas de gerenciamento eletrônico do motor, além de múltiplas escolhas de caráter das suspensões, são mimos incluídos no pacote. O bônus é que, com tudo isso em cima, ela ainda é capaz de acelerar e fazer curvas quase como uma superesportiva.

Pasme: com seis cilindros alinhados, transversais, 24 válvulas e 160 cv, a K 1600 GTL é surpreendentemente suave e fácil de pilotar em baixos giros e solta a fera esportiva em altos regimes. Com 17,8 mkgf de torque máximo disponíveis a míseros 5 250 rpm e acelerador ride by wire, a potência despejada na roda é sempre a mais eficiente possível, calculada a partir dos parâmetros fornecidos por múltiplos sensors espalhados na moto - e o controle de tração não deixa que nem um pouquinho dela seja desperdiçada.

Não importa se você está a 40 km/h vislumbrando a orla ou singrando o asfalto com a ousadia de um capitão italiano de longo curso. Sim, mesmo pesando 348 kg em ordem de marcha (e com peso máximo admissível de 560 kg, o que resulta em uma capacidade maxima de carga de 212 kg), o seis-cilindros de 160 cv é capaz de fazer a GTL ultrapassar com facilidade os 220 km/h. Aliás, é preciso prestar atenção ao velocímetro, pois não é fácil perceber a velocidade subir. A total falta de vibração e eficiente aerodinâmica escondem a sensação de alta velocidade. Se o sistema de som estiver ligado, então... Acredite, a 160 km/h e com o capacete fechado, é possível ouvir o som com clareza. Não quer rádio? Tudo bem, do lado direito da carenagem há um porta-luvas com entradas USB e auxiliar, para você conectar seu MP3.

Em ação


No comparativo entre a BMW K 1600 GT e a Honda GL 1800 Gold Wing, ambas de seis cilindros, publicado na edição 622-A, a GT saiu com a vitória, mas sob a ressalva de que teria sido mais justa uma comparação da Gold Wing com a versão GTL. As diferenças são poucas, mas contam pontos e vão exatamente na direção da moto da Honda. Além do top case com encosto para o acompanhante, o sistema de som também é de série na GTL, ao contrário do que acontece na GT. Naquele comparativo, afirmamos que a posição de pilotagem era mais confortável na moto da Honda, pois ela tinha banco mais baixo e guidão mais prolongado, de forma a deixar o piloto posicionado quase como numa poltrona. E é exatamente nesse ponto que mora a principal diferença entre a GT e a GTL. Além do guidão mais comprido, o banco da GTL é 6 cm mais baixo e as pedaleiras são mais avançadas. A poltrona que a GT precisava para vencer a Gold Wing em conforto está aqui na GTL.

Com todo esse conforto, faltava ser econômica. Bom, não chega a ser uma cub, mas com tanque de 26,5 litros e fazendo a boa média de 17 km/l de gasolina, a GTL é capaz de percorrer mais de 400 km sem reabastecimento. Esses números de consumo foram obtidos apenas com o piloto e dentro dos limites de velocidade permitidos. Com os portentosos 560 kg de peso máximo admissível e as seis bocas escancaradas pedindo comida, esse consumo pode cair para 12 km/l, o que também não é ruim, considerando a massa geral.

No molhado, nada de pânico, o sistema ABS dá conta do recado e o modo Rain do gerenciamento eletrônico faz as rotações subirem mais lentamente, além de manter o controle de tração sempre ligado. Os bons pneus Metzeler Roadtec garantem bom escoamento e trabalham na temperatura ideal para não assustar o motociclista.

O que mais chama atenção na K 1600 GTL não são os recursos eletrônicos de conforto, mas a incrível neutralidade do conjunto em curvas. O chassi de alumínio com dupla trave superior incorpora o motor de seis cilindros em linha bem inclinados à frente, não deixando a moto parecer larga entre as pernas e permitindo excelente centralização de massas. Quer tocar forte? Basta selecionar a opção de suspensão Sport apenas para o piloto. Se, ao contrário, preferir levar suave sem carregar demais a traseira, basta selecionar a opção Comfort para dois passageiros mais bagagem. Pronto: você é capaz de equilibrar a moto na mão esquerda, sem a necessidade de ferramentas.

Para poucos


Gosto de acreditar que quem realmente é louco por moto não se importa muito com vento no peito, ausência de som (uma raridade em motos), aquecedores de manoplas e outras tantas frescurinhas a mais. O que realmente valorize a originalidade da engenharia alemã aplicada na K 1600 GTL é a surpreendente e quase incrível capacidade de aceleração - e a emoção de fazer curvas equilibradas com uma moto tão grande e pesada.

O som emitido pelo sistema de escape de seis saídas deixa bem claro que os projetistas da marca não abandonaram a esportividade, mesmo nessa que é a mais luxuosa das motos atuais. Cada um com suas preferências, mas em termos de sonoridade do motor, quanto mais cilindros, melhor.

O único defeito que uma K 1600 GTL pode ter é que vivemos em uma nação onde há poucas estradas capazes de corresponder a tanta tecnologia. Diferentemente do motociclista europeu, que sai de casa e atravessa cinco países sobre ótimo asfalto para assistir a uma prova de MotoGP, viajar 1 000 km por aqui com uma GTL pode ser uma aventura incompatível com a primeira classe que a moto sugere.


TOCADA

Surpreendentemente ágil e estável. O banco baixo e o grande torque em baixa favorecem os baixinhos em manobras.
★★★★★

DIA A DIA

Sem sombra de dúvidas não nasceu para isso. Nem o grande volume geral nem o preço colaboram.
-

ESTILO

Qualquer semelhança com uma nave especial ou um navio de cruzeiro não foi involuntária. Chama atenção onde quer que esteja.
★★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

Impressionante como a BMW sabe fazer seis cilindros em linha sem vibrações e cheios de potência. O câmbio é macio quando a moto está em movimento, mas o engate da primeira marcha é barulhento.
★★★★

SEGURANÇA

Com ABS, controle de tração, diferentes modos de gerenciamento e de ajustes de suspensões, só resta ela pilotar sozinha.
★★★★★

MERCADO

Não tem pretensões de vender milhares de unidades. O preço e a qualidade de nossas estradas jogam contra.
★★★

Nenhum comentário:

Postar um comentário