quinta-feira, 18 de setembro de 2014

KTM SM T 990 ABS


Motor

2 cilindros em V 75° / 8V DOHC / 999 cc / refrigeração a líquido

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica digital

Partida: elétrica

Diâmetro x curso (mm): 101 x 62,4

Taxa de compressão: 11,5:1

Potência (cv a rpm): 115 a 9 000

Torque (mkgf a rpm): 9,9 a 7 000

Câmbio

6 marchas com transmissão final por corrente

Chassi
Quadro: treliça tubular de aço cromomolibdênio

Suspensão

Dianteira: telescópica invertida WP de 48 mm de diâmetro com regulagens de pré-carga, compressão e extensão e 160 mm de curso

Traseira: Monoamortecedor a gás regulável em extensão, retorno e pré-carga da mola e 180 mm de curso

Freios


Dianteiro: 2 discos flutuantes de 305 mm de diâmetro e pinças de 4 pistões opostos

Traseiro: disco simples com 240 mm de diâmetro e pinça de 2 pistões opostos

Pneus


Dianteiro: 120/70-17

Traseiro: 180/55-17

Dimensões


Comprimento (cm) n/d

Altura/largura (cm) n/d

Entre-eixos (cm) 150,5

Peso a seco (kg) 197

Vão-livre (cm) 19,5

Altura do assento (cm) 85,5

Tanque (l) 19

Desempenho

0-100 km/h (s) 3,7

0-200 km/h (s) 15

0-100 m (s / km/h) 22,2 / 213,5

De 40 a 70 km/h em 3ª (s) 1,84

De 60 a 90 km/h em 4ª (s) 2,32

De 80 a 110 km/h em 5ª (s) 3,05

De 100 a 130 km/h em 6ª (s) 4,01

Máxima na pista de testes (km/h) 218

Velocidade real a 100 km/h (km/h) 97

Consumo esportivo (km/l) 13,1

Consumo econômico (km/l) 19,2


KTM SM T 990 ABS Foto: Christian Castanho KTM SM T 990 ABS

Potência não é sinônimo de conforto, assim como versatilidade não consegue atender aos anseios por esportividade máxima. Como moto polivavente não existe, nada como o sonho de uma garagem cheia… Porém, depois de tentar com o motor LC8 em diversos modelos, a KTM chegoubem próxima da perfeição quando lançou a SM T 990. O nome é uma junção de letras para designar Supermotard Touring, que agrega conforto sem perder radicalidade.

Se na versão anterior faltava a cereja sobre o bolo, agora isso foi resolvido com a adoção de ABS. Mas não se trata de um ABS qualquer. Trata-se de um sistema Bosch para motos esportivas, batizado de 9M+, semelhante ao das Honda CBR RR, porém mais leve. É o mesmo que equipa a Kawasaki ZX- 10R, com a diferença de poder ser desativado. O módulo pesa apenas 532 gramas e processa com velocidade as informações enviadas por sensores instalados nas rodas, que leem a diferença brusca de velocidade para que, depois, micromotores elétricos instalados na linha de freio tratem de compensar a quantidade certa de fluido enviado às pinças. Diferentemente do que acontece com sistemas ABS tradicionais, que contam com dois grandes módulos (um para a roda traseira e outro para a roda dianteira) e pesadas válvulas compensadoras, a SM T também não tem pinças diferentes nem dois flexíveis que trabalham combinados. A ideia é aprimorar a sensibilidade do piloto para parar a moto, não deixando que a eletrônicatire a força do pé direito ou dos dedos. Agora há gerenciamento eletrônico veloz, que não deixa o manete de freio endurecer. A diferença de peso para a versão sem ABS é de 1 kg.

Injeção diferente


Na aparência é a mesma moto. A pintura da carenagem, que cobre o tanque de combustível, foi alterada. Os engenheiros afirmam que a SM T recebeu mapa de injeção diferenciado, para suavizar a potência em baixa.

Não é uma supermotard, não é uma trail nem uma superbike. Mas tem muito de todas essas, acrescentando boa capacidade para levar acompanhante e suportes (nas ponteiras de escape) para as bolsas laterais, que são vendidas separadamente como acessórios.

Motard, pelas rodas aro 17 calçadas com pneus esportivos e freios superdimensionados; trail, pelo longo curso de suspensões; e superesportiva, pelo caráter do motor e pela eficiência do chassi. Ingredientes refinados com tempero de competição que ganhou um "T" para entrar na turma das touring, justificado pelo tanque de grande volume (19 litros) e pela bolha para-brisa alta.

O motor é o leve V2 com 75 graus de inclinação entre os cilindros, DOHC de 999 cm3, alimentado por um sistema de injeção eletrônica Keihin com corpo de 48 mm de Venturi. Esse motor, que estreou oito anos atrás na big trail Adventure, nasceu com 950 cc e alimentado por carburador, mas passou a ser alimentado por injeção direta, ganhou catalisadores e 50 cc a mais para não perder performance. Ele é capaz de render 115 cv a 9 000 rpm, com um estonteante torque máximo de 9,9 mkgf a 7 000 rpm. Mais que excelente para uma moto de 197 kg.

Hora k


Já havíamos pilotado a KTM SM T 990 na edição 19, e na época não deixamos de revelar o sorriso quando aceleramos essa que é o maior sucesso da marca sobre o asfalto. A SM T 990, com 9 000 unidades comercializadas, foi a mais vendida da marca entre 2009 (quando foi lançada) e fim de 2010.

A posição de pilotagem é confortável, favorecida pelo guidão alto, banco com boa dose de espuma e pedaleiras não tão recuadas. Protetores de mãos e para-brisa alto são de série. Guidão de alumínio grosso, fixado em mesa que permite regulagem, embreagem hidráulica e bomba de freio Brembo radial. O painel, destoante, é simples e pobre de informações. Peca por não ter marcador de gasolina nem computador de bordo, vitais em uma moto com pretensões touring. Marcador de marcha engatada e shift-light, nem em sonho.

Mas depois que engatamos a primeira e aceleramos até a faixa vermelha do conta-giros, pouco importa o painel. A nova SM T 990 ABS tem a mesma alucinante capacidade de aceleração da versão anterior. São 9,9 mkgf de torque máximo a apenas 7 000 rpm. A roda dianteira descola do chão facilmente. É vital engatar a segunda marcha rapidamente se você não quiser virar para trás. Assim como uma supermotard, as trocas de marchas têm obrigação de acontecer rapidamente para a frente manter-se no solo. A "pegada" do V2 é forte e ela está sempre ali, independente do giro. Porém agora ganhou docilidade se a intenção for passear a 40 km/h na orla da praia. Ultrapassa com facilidade os 200 km/h e faz de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos.

O chassi é um primor da engenharia. Um quadro de treliça tubular de aço cromomolibdênio equipado com suspensões White Power garante que tudo fique neutralizado e estabilizado em curvas. As bengalas invertidas dianteiras têm 48 mm de diâmetro e são repletas de regulagens. O amortecedor traseiro a gás conta com todas as regulagens. Ele é fixado diretamente na balança, sem a necessidade de links. A ausência de links poderia ser um fator negativo frente à desejada progressividade de uma suspensão destinada a viagens com carga e acompanhante, mas o amortecedor é tão robusto que progressividade é o que não falta.

Mas e o freio? A Bosch conseguiu colocar o ovo em pé. Cinco anos atrás, ABS em moto significava peso extra e zero sensibilidade de manete e pedal. Agora a moto pesa mísero 1 kg a mais (que é ínfimo, considerando as diferenças de biotipos de piloto) e ainda não deixa que o motociclista sinta-se inseguro com a máquina decidindo o espaço de frenagem por ele. Como o sistema só entra em ação na iminência do travamento, não existe aquela trepidação comum dos velhos sistemas quando se faz uma simples frenagem em um semáforo, por exemplo. Tal eficiência de frenagem está diretamente ligada aos pneus Continental, desenvolvidos especialmente para ela. Ou seja, calçada com verdadeiros "chicletes", já é bem difícil que a roda trave, e como o módulo só compensa a pressão na iminência do travamento, não seria exagero afirmar que ele quase nunca trabalha. O ABS só entrará em ação em uma frenagem assustada, repentina e no molhado, ou seja, em raras ocasiões.

Mercado

Por 49 900 reais, incomoda muita gente. Pela proposta versátil, grandes naked, big trail, touring e até superbikes devem abrir os olhos. Para alguns, o estilo pode não agradar à primeira vista, mas o preconceito vai por água abaixo depois de uma volta no quarteirão. É um motão com M maiúsculo. Faz curvas com inclinação que possibilita raspar os joelhos no chão, acelera como superbike, freia como uma supermotard e até topa uma estrada de terra.

A marca anuncia a intenção de se firmar em primeira pessoa, mas adiou a montagem em Manaus para o Segundo semestre. A morosidade para o licenciamento (veja quadro) tem espantado alguns clientes, mas o produto não tem nada a ver com isso.


Sem papel passado

Consumidores reclamam da dificuldade para emplacar KTM e Ducati.

KTM e Ducati estão entre as mais fantásticas motos produzidas na atualidade, isto é fato. Mas muitos de seus compradores no Brasil têm reclamado da demora, que chega a até 100 dias em alguns casos, para conseguir emplacar as motocicletas recém-adquiridas, além de dificuldade extra para eleger a financeira de sua preferência, já que a retirada das motos da alfândega e consequente liberação do gravamen está sendo feita em lotes fechados de motos já vendidas. O Grupo Izzo, responsável pelas marcas no país, admite o problema e garante uma pronta solução. Mas até nosso fechamento, a situação era essa.


TOCADA

Divertida. Aceita ser tratada com carinho e vira uma fera se o piloto souber domar tanta radicalidade.
★★★★
DIA A DIA
Não é pequena nem é a melhor opção se for sua primeira moto. Mas se você é experiente, resolve sua vida com maestria.
★★★
ESTILO
Legítima KTM! Com design arrojado e até futurista, pode assustar quem não sabe dar valor aos ricos equipamentos, como rodas, freios e suspensões.
★★★
MOTOR E TRANSMISSÃO
Empolgante e divertido, consegue a façanha de ser ao mesmo tempo suave. Um V2 de respeito. O câmbio é bem escalonado e tem engates suaves. Aceita botas pesadas e não reclama de ser maltratado.
★★★★
SEGURANÇA
Com sistema ABS de última geração e pneus exclusivos, a SM T não tem problemas para lhe oferecer segurança no momento de parar.
★★★★★
MERCADO
Todo mundo deveria dar uma voltinha para sentir do que ela é capaz. Aí sim, as dúvidas sobre a compra seriam sanadas. Se os problemas de documentação fossem agilizados, seria um tremendo sucesso.
★★

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